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segunda-feira 29 abril 2024
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Presas 15 pessoas em operação que mira empresas suspeitas de tráfico internacional nos portos de Rio Grande e Itajaí

Presas 15 pessoas em operação que mira empresas suspeitas de tráfico internacional nos portos de Rio Grande e Itajaí

Foram apreendidos R$ 265 mil, 4 mil dólares, sete armas, 20 automóveis, uma aeronave, duas motos, um Motorhome e um JetSki

Foto: Polícia Federal/Divulgação

A Polícia Federal já prendeu 15 pessoas, nesta quinta-feira, durante a operação Hinterland, deflagrada em parceria com a Receita Federal para desarticular um esquema de tráfico internacional que movimentou 17 toneladas de cocaína, em direção à Europa, pelos portos de Rio Grande (RS) e Itajaí (SC).

Também foram apreendidos R$ 265 mil e 4 mil dólares, sete armas, 20 automóveis, uma aeronave, duas motocicletas, um motorhome e um JetSki, além de documentos que podem servir de prova.

Foram executados, ainda, os sequestros de 87 bens imóveis, 173 veículos e uma aeronave, e os bloqueios de contas bancárias vinculadas a 147 CPFs e CNPJs. Outras 66 pessoas físicas e jurídicas tiveram bloqueio de movimentação imobiliária, entre outras ações. Foram 534 ordens judiciais, no total.

As investigações tiveram como alvo duas empresas de logística marítima, sediadas nos portos das duas cidades. Duzentos policiais federais e 12 servidores da Receita Federal tinham a missão de cumprir, além dos 15 mandados de prisão preventiva, 37 de busca e apreensão em cinco estados do País – Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, Amazonas e Rondônia – e na capital paraguaia, Assunção.

Em território gaúcho, oito mandados de busca e três de prisão foram cumpridos em Porto Alegre, Pelotas e Rio Grande.

O superintendente regional da Polícia Federal no RS, Aldronei Rodrigues, destacou a magnitude da ação. “Estamos, hoje, diante de uma mudança de paradigma de tráfico no Brasil. Isso já estava se revelando há algum tempo, mas hoje se evidenciou que uma empresa traficava, a cúpula da empresa participava do grande tráfico e esse é o diferencial.

É isso que deve ser entendido. Não foi uma organização criminosa que criou empresas. Eram empresas totalmente à margem da lei, empresas que tinham funcionamento nisso. Pessoas que trabalhavam na empresa não sabiam, mas a cúpula da empresa é que praticava os crimes que hoje foram revelados“, detalhou.

Com as medidas executadas nesta quinta, a descapitalização da organização criminosa pode chegar a R$ 3,85 bilhões, valor estimado das transações ilícitas identificadas durante o período de investigação. Das 17 toneladas de cocaína que tinham a Europa como destino, 12 foram apreendidas, segundo a PF.

A operação contou com apoio da Agência da União Europeia para Cooperação Policial, a Europol, e de duas instituições paraguaias: a Secretaria Nacional Antidrogas (Senad/PY) e a Fiscalía. As investigações começaram, em março de 2021, a partir de informações recebidas pela Polícia Federal de que 316 quilos de cocaína haviam sido apreendidos na cidade de Hamburgo, na Alemanha, em dezembro de 2020, a partir do Porto de Rio Grande.

A cooperação entre os agentes revelou que a droga, produzida na Bolívia, era remetida para o Brasil por um fornecedor paraguaio, ingressando no país pela fronteira de Ponta Porã, no Mato Grosso do Sul. Posteriormente, a cocaína era transportada em caminhões até o Rio Grande do Sul e Santa Catarina, e armazenada nas próprias empresas investigadas ou em depósitos próximos aos portos de Rio Grande e Itajaí.

A droga era, então, inserida em cargas regulares das empresas de logística, mas sem o conhecimento dos contratantes, geralmente proprietários de cargas lícitas, como insumos, usados para mascarar a cocaína diante do controle alfandegário.

Já em continente europeu, parte da carga regular que escondia a droga era furtada pelo grupo comprador, que distribuía em diversos países da Europa.

A Polícia Federal celebrou, ainda, acordos de cooperação policial internacional com a Alemanha e o Paraguai, e acordos de cooperação jurídica internacional com a França e a Alemanha. O diretor de investigação e combate ao crime organizado, delegado Ricardo Saad, destacou a integração entre países.

FONTE Arthur Stoffel / Rádio Guaíba



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