Material é considerado importante para que se esclareçam motivos de confusão que resultou na morte de Fábio Cezar Zortea
A Polícia Civil coletou mais uma prova importante para esclarecer a morte do policial rodoviário federal aposentado Fábio Cesar Zortea, durante uma briga em Torres, no litoral Norte, na madrugada da última segunda-feira. Conforme o delegado Juliano Aguiar, responsável pelo caso, são imagens de momentos que antecedem a abordagem realizada por policiais militares aos filhos da vítima.
As filmagens devem auxiliar a esclarecer o ponto de partida da confusão, já que, em coletiva de imprensa no início da semana, Polícia Civil disse entender que a situação é dividida em dois momentos distintos: se os irmãos eram as pessoas, de fato, envolvidas em delitos contra estabelecimentos comerciais, como aponta a Brigada Militar, e a abordagem em si, principalmente após a dupla ser parada pelos PMs em frente a um prédio. A perseguição durou cerca de um quilômetro.
Ainda nesta quinta, segundo o delegado, testemunhas, entre elas a viúva da vítima, prestaram depoimento. Além disso, outras testemunhas devem ser chamadas e depor nesta sexta.
O responsável pelas investigações também esteve reunido com um representante do Ministério Público e recebeu o subcorregedor da Brigada Militar e o Oficial responsável pela apuração dos fatos na esfera militar, que se colocaram à disposição da Polícia Judiciária na instrução do Inquérito.
Defesa dos PMs
Na tarde desta quinta, os advogados Ricardo de Oliveira de Almeida e José Paulo Schneider, que defendem o policial militar ferido por agressão durante a confusão, manifestaram “o mais profundo respeito a dor dos familiares” do policial rodoviário federal aposentado que morreu baleado. “Não há nada que possa alterar a trágica realidade e sofrimento pela perda de um ente querido”, declararam.
No documento, os advogados também colocaram-se à disposição das autoridades e disseram que vão “contribuir plenamente, sem qualquer interferência ou tumulto com as investigações”.
Já o advogado Fábio Silveira, que defende dois policiais militares que chegaram depois no local do fato, esclareceu a participação dos clientes também em um comunicado. “A guarnição que se aproximou no apoio chegou após os fatos e se limitou a socorrer o ferido mais grave, já que o Samu estava demorando a chegar”, lembrou.
“Serão acompanhados os desdobramentos investigatórios, com total colaboração por parte dos policiais, que estão à disposição da Justiça e da Polícia para esclarecer individualmente suas ações”, concluiu.
Caso
O policial rodoviário federal aposentado Fábio Cesar Zortea perdeu a vida durante uma briga envolvendo policiais militares em frente a um prédio. O caso ocorreu na madrugada da última segunda, em Torres.
Na ocasião, segundo a Brigada Militar, dois filhos da vítima fugiam de uma abordagem, devido à reclamação de que haviam feito “tumultos” no comércio local. A partir daí, houve uma perseguição de carro por cerca de um quilômetro. Quando os PMs pararam a dupla, a briga começou.
Nessa terça, durante coletiva de imprensa, a Polícia Civil afirmou que além dos dois filhos do policial rodoviários federal aposentado, investiga as condutas de cinco policiais militares, sendo que dois participaram da abordagem e outros três chegaram após a briga que resultou na morte de Zortea.