Polícia desarticula quadrilha que roubava caminhonetes em nove cidades do Rio Grande do Sul
Grupo trocava os veículos por armas, drogas e cigarros na Argentina
Presos 12 integrantes de quadrilha de líder que teve transferência negada para presídio federal
Sete pessoas são presas em operação contra roubos no centro de Porto Alegre.
Operação Anjos da Lei: dois são presos em Caxias do Sul.
A Polícia Civil realizou na manhã desta segunda-feira (28) uma operação, no norte e na serra do Rio Grande do Sul, para desarticular esquema de roubo de veículos, clonagem, receptação, tráfico e contrabando entre o Brasil e a Argentina. Caminhonetes de alto valor serviam como moeda de troca para armas, drogas e cigarros na Argentina. Na Operação Hermanos, foram cumpridos 43 ordens judiciais, seis prisões preventivas e 37 mandados de busca e apreensão nas cidades de Passo Fundo, Marau, Carazinho, Não Me Toque, Caxias do Sul, Crissiumal, Santo Ângelo, Tiradentes do Sul e Doutor Maurício Cardoso. A coordenação de 165 policiais foi dos delegados Adroaldo Schenkel e Diogo Ferreira. Alguns dos suspeitos identificados já foram presos anteriormente justamente por roubo de automóveis e por contrabando de cigarros. Outro investigado foi descredenciado pelo Detran e quatro veículos foram recuperados.
A investigação
Em março, a investigação teve início após a recuperação de duas caminhonetes roubadas em Passo Fundo e prisão de três homens, além da apreensão de um adolescente. Desde então, foram identificados vários integrantes de uma organização criminosa especializada em roubar este tipo de veículo na região. O delegado Schenkel afirma que os bandidos escolhiam previamente os carros e colocavam em locais pré-estabelecidos para evitar possível rastreamento. As marcas mais visadas pelo grupo eram Hilux e Amarok.
A organização criminosa
Segundo a polícia, a quadrilha era complexa e todos os integrantes possuíam divisão específica de tarefas, sendo o sistema retroalimentado. De acordo com Schenkel, o grupo demonstrou audácia em alguns roubos.
— Os ladrões roubaram uma caminhonete em região movimentada da cidade (Passo Fundo), quando a vítima aguardava no sinal vermelho do semáforo — destaca Schenkel.
Como era feita a adulteração
Outra parte da quadrilha era responsável pela confecção ilegal de placas. Uma pessoa ligada ao Detran na região, já descredenciada, auxiliava o grupo. Com isso, os carros eram clonados para facilitar o transporte até a fronteira e despistar a polícia nas rodovias. De dois a três criminosos levavam os veículos até a Argentina, inclusive com veículos usados como batedores para avisar sobre barreiras policiais.
Como era feita a receptação
Integrantes da organização criminosa residentes na fronteira do Estado com a Argentina eram responsáveis pela receptação dos automóveis. Eles atravessavam o Rio Uruguai utilizando balsa e barco clandestinos atracados às margens de propriedades dos próprios investigados. Nestes locais, ocorriam as trocas dos veículos de luxo por drogas, armas e cigarros contrabandeados do Paraguai.
A distribuição de cigarros
Posteriormente, na troca de carros por cigarros, por exemplo, integrantes da organização criminosa transportavam a mercadoria até Passo Fundo e outras cidades da região. Outros criminosos recebiam e distribuíam em bares, mercados e ambulantes. — Salienta-se que são grandes quantidades de cigarro contrabandeadas e trazidas para a região (Passo Fundo) — explica Schenkel.
Fonte Rádio Gaúcha.