Agentes da Polícia Civil apreenderam 26 quilos de cocaína preta em Novo Hamburgo, cidade da Região Metropolitana de Porto Alegre. A droga, considerada rara, potente e muito cara, estava sob a posse de um colombiano que vive no Rio Grande do Sul a pelo menos dez anos. O homem foi preso em decorrência da operação.
Segundo os investigadores, ele é casado e trabalha em um estabelecimento gastronômico. O monitoramento do suspeito começou após denúncias. O colombiano tinha uma empresa de produtos naturais, vista como um negócio de fachada para a venda dos entorpecentes – e foi flagrado enquanto recebia, em casa, a carga ilegal vinda de Manaus.
“Ele é uma pessoa de classe média alta, que vive com a família em um condomínio e não tinha nenhum registro policial. Segundo o Instituto-Geral de Perícias (IGP-RS), essa é a primeira apreensão de cocaína preta no Estado. A gente ficou surpreso porque é um produto que não reage aos testes preliminares”, relata o delegado Tarcísio Kaltbach.
A coloração preta da cocaína é resultante da mistura da pasta-base com outras substâncias, como o Zinco. A manipulação do entorpecente serve para disfarçar o odor e a aparência da droga, dificultando o trabalho dos policiais e cães farejadores. A técnica nasceu na Colômbia, na década de 80, e nunca havia sido registrada no Rio Grande do Sul.
“Ela é mais viciante e mais prejudicial ao organismo do que a cocaína tradicional. Nós vamos continuar as investigações para ver se não há ligação entre alguma facção do Vale dos Sinos com o cartel de Cali. Isso depende uma análise mais profunda, e do suporte da Polícia Federal”, detalha o delegado.
Informações preliminares apontam que a cocaína preta seria distribuída nas cidades próximas a Novo Hamburgo. A carga apreendida foi avaliada em R$ 6 milhões.
Créditos: Rádio Guaíba