PGR pede a identificação de “autores intelectuais” de atos golpistas no DF
Procuradoria solicitou quatro frentes de apuração sobre os atos violentos
O subprocurador-geral da República Carlos Frederico Santos, coordenador do Grupo Estratégico de Combate aos Atos Antidemocráticos na Procuradoria-Geral da República, requereu ao Supremo Tribunal Federal a instauração de outros três inquéritos sobre os atos golpistas de domingo.
A PGR quer investigações específicas contra os responsáveis pela depredação das dependências do Planalto, do Congresso e do Supremo; para “autores intelectuais e partícipes por instigação” dos atos antidemocráticos; e para os financiadores da ofensiva antidemocrática.
A Procuradoria solicitou quatro frentes de apuração sobre os atos violentos. Os três pedidos de inquérito se somam à requisição sobre “agentes públicos responsáveis por omissão imprópria” – a PGR pediu uma investigação sobre condutas “omissivas e comissivas” do governador afastado Ibaneis Rocha (MDB), o ex-ministro da Justiça Anderson Torres e o ex-comandante-geral da Polícia Militar do DF, o coronel Fábio Augusto Vieira.
Quatro frentes
Ao justificar a necessidade de dividir as investigações em quatro frentes, o subprocurador Carlos Frederico Santos indicou que o caso envolve crimes multitudinários, os praticados por multidões.
Segundo Frederico Santos, tais delitos envolvem um “vinculo subjetivo entre pessoas que podem até não se conhecer, mas que atuam de forma conjunta para uma mesma finalidade”.
Segundo a PGR, já foram requeridas diligências como o compartilhamento de provas com outros órgãos de investigação, além do envio de pedidos de informações às plataformas Facebook, TikTok, Twitter e Instagram, para que forneçam a relação de perfis de usuários que foram reconhecidos como “difusores massivos de mensagens atentatórias ao regime democrático”.
Bolsonaro
Integrantes do Ministério Público Federal (MPF) pediram ontem que o procurador-geral da República, Augusto Aras, abra uma investigação para apurar se o ex-presidente Jair Bolsonaro incitou atos golpistas.
Cerca de 80 procuradores da República subscreveram a representação criminal. Os subprocuradores Luiza Frischeisen, Mario Bonsaglia e Nicolao Dino, eleitos para compor a última lista tríplice da Procuradoria-Geral da Pública, estão entre os signatários.
Os membros do MPF afirmam que Bolsonaro “se engajou” na disseminação de informações falsas que alimentaram a desconfiança sobre o processo eleitoral e sobre a lisura do resultado das eleições.
Em outro trecho, os procuradores dizem que o ex-presidente agiu “em convergência com amplas campanhas de desinformação” e usou o seu “potencial de reverberação sobre milhares de pessoas”.
*Com informações da Agência Estado