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domingo 24 novembro 2024
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PF pede prisão preventiva para João Santana e mulher

Por imposição de Moro, casal já havia passado por regime temporário

PF pede regime preventivo ao casal | Foto: Paulo Lisboa / Brazil Photo Press / Folhapress / CP Memória

               Foto: Paulo Lisboa / Brazil Photo Press / Folhapress / CP Memória
A Polícia Federal (PF) pediu nesta quinta-feira ao juiz Sérgio Moro que decrete a prisão preventiva do publicitário João Santana e de sua mulher e sócia Monica Moura, ex-marqueteiros de Lula e Dilma nas campanhas de 2006, 2010 e 2014. Alvo da operação Acarajé, o casal foi preso na quarta-feira, dia 24 de fevereiro, por suspeita de corrupção, lavagem de dinheiro e evasão de divisas.
Inicialmente, Moro impôs a Santana e a Monica regime temporário por cinco dias, prorrogado por mais cinco na sexta-feira, 26. Ao pedir conversão para regime preventivo, sem prazo para terminar, a PF alegou “não restar dúvidas” que a sigla “Feira” é uma referência para o casal. Os investigadores citam um laudo grafotécnico apontando que bilhetes encontrados na residência de Maria Lúcia Tavares, secretária de executivos da Odebrecht, com o termo “Feira” e vários telefones do casal e menções a horários foram redigidos por Mônica Moura.

Maria Lúcia era a suposta controladora de repasses ilícitos da empreiteira para o casal de marqueteiros. A palavra “acarajé” era a senha para as transferências. “Há fortes indícios aqui de trinta e nove operações de pagamentos em espécie dos ‘acarajés’! Ademais, a utilização de codinomes e entregas cifradas não deixam margem quanto à origem espúria dos valores aqui identificados”, assinalam os delegados Márcio Adriano Anselmo e Renata Silva Rodrigues, que presidem o inquérito da operação.
A investigação aponta repasses no exterior de 7,5 milhões de dólares da Odebrecht para o casal entre 2012 e 2014. Os investigadores citam a nova planilha “Lançamentos X Saldo (Paulistinha)”, encontrada com Maria Lucia, com referência a “Feira” e indicação de pagamentos de R$ 21,5 milhões sob títulos diversos como “café”, “crise”, “tênis” entre 30 de outubro de 2014 e primeiro de julho de 2015, quando a Lava Jato já avançava sobre a Odebrecht.
A PF alega que o casal recebeu dinheiro da empreiteira no exterior e que “não haveria qualquer sentido em receber da Odebrecht valores no Brasil por conta de um suposto pagamento não oficial concernente a serviços prestados à campanhas eleitorais de Angola e Venezuela”.
O documento de 22 páginas ainda traz detalhes da quebra de sigilo do e-mail do casal, mostrando que João Santana deletou sua conta no aplicativo Dropbox de armazenamento de arquivos na nuvem no dia 22, quando houve a deflagração da 23ª fase da Lava Jato que tinha como alvo o marqueteiro e sua mulher.
Eles só não foram presos na mesma data porque estavam na República Dominicana. O casal voltou ao Brasil e se entregou aos investigadores no dia seguinte.
Correio do Povo



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