Ministro da Economia disse que governo com programas sociais ajudando quem ficou para trás, mas não os vagabundos
O ministro da Economia, Paulo Guedes, fez forte defesa da reforma da Previdência enviada ao Congresso Nacional, dizendo que o Brasil está “preso a um sistema condenado e financeiramente insustentável mesmo antes da população envelhecer” e comparou a situação do país como a de um “avião em direção ao mar, combustível acabando e com várias bombas a bordo”. Ele afirmou que o governo continuará com programas sociais, mas que o emprego é o melhor deles. “Sempre seremos uma nação generosa. E ajudaremos aqueles que ficaram para trás, mas não vagabundo que quer ficar vivendo às custas dos outros. Esses nós conhecemos bastante”, comentou.
Para fazer esse ajuste, ele defende que é necessário “tirar de quem mais”. “As alíquotas sobem. Quem ganha acima do teto, do Presidente da República, não pode reclamar que vai contribuir com a previdência. Por isso colocamos uma estrutura progressiva para arrecadar os R$ 1 trilhão que queremos buscar”. Com um discurso cheio de analogias, ele disse que, se a meta for atingida, “enchemos o tanque e vamos em outra direção”. Se o número for bem mais baixo, “nossos filhos vão entrar no mesmo avião, que vai cair”.
Com uma verve intensa, Guedes apontou que o novo regime bota o Brasil para crescer e gera milhões de empregos porque não tem encargos trabalhistas. Ele estima dez milhões de empregos, “de repente o primeiro”, para muitos jovens. “Hoje, eles são proibidos de trabalhar pelos encargos, não têm experiência, capacidade nenhuma de achar um emprego, então acabam nas drogas, na criminalidade. Estamos condenando a juventude, proibindo os jovens de trabalhar”, afirmou sobre o modelo atual. Os aplausos foram vários.
Ele então continuou. “O jovem mais pobre que não tem educação financeira vai receber a carteira verde-amarela que ele sabe que é dele e tem toda portabilidade e uma retroatividade mínima”, ponderou. O economista explicou que o fundo é garantido e, “se ele não acumular o suficiente para pagar o mínimo, não tem problema nenhum, porque o governo dará a diferença. Assim, afirmou que vai “libertar nossos filhos dessa armadilha que nossa geração caiu de não sustentar sua própria aposentadoria”. A obrigação é deixar um país melhor.
Críticas ao texto da reforma
Um dos pontos mais criticados por deputados e prefeitos, o Benefício de Prestação Continuada, é cercado de “fake news”, garantiu Guedes. “Os deficientes vão receber o que sempre receberam. Pensamos em uma alternativa para quem quiser receber um pouco antes em relação a quem contribui. Se a pessoa não contribui, pode receber antes, mas menos. Houve uma reação dizendo que isso não era interessante”. Ele disse que isso pode ser deixado como opcional, mas não deu uma garantia concreta.
A expectativa do ministro é que a reforma seja aprovada ainda no primeiro semestre. “Esperamos que nos próximos meses já vamos garantir a passagem de um Brasil que vai crescer, democratizar o capital, acumular investimentos, melhorar a distribuição de renda”, finalizou.