CONDENADOS: após mais de 13 horas de júri, acusados de matar jovem por ciúmes são presos em Passo Fundo
A família clamava por Justiça há mais de uma década
Créditos: Repórter Bruno Reinehr – Rádio Uirapuru
Foram condenados os dois réus acusados de matar o jovem Ademir Lara Dias Júnior em Setembro de 2012 em Passo Fundo. O julgamento ocorreu nesta quinta-feira (02), quase 11 anos após o ocorrido.
O jovem tradicionalista contava as horas para a formatura no curso de ciências contábeis que teria nos próximos meses e teve a vida ceifada por dois homens em uma motocicleta na Rua Independência.
A madrugada da Semana Farroupilha ficou marcada na vida da família, que aguardava o sábado, dia 16, para ir ao Baile dos Monarcas no CTG Tropel de Caudilhos, ver Ademir dançar com a sobrinha que receberia a faixa de prenda da entidade.
A polícia investigou o caso e concluiu que o crime foi motivado por ciúmes de Ademir andar com a ex-namorada de Robson Pinheiro de Melo.
Robson e o comparsa Adriano Soares, tripulando uma motocicleta seguiram Ademir após ele deixar a jovem em casa e efetuaram ao menos cinco tiros a queima roupa na vítima dentro do carro em que estava, enquanto descia na Rua Independência.
A execução foi filmada pelas câmeras de monitoramento do 3º RPMon da Brigada Militar.
Após a fuga, as imagens mostram ele trocando de jaqueta na rua Moron, uma quadra do local do crime, e pegando outra moto para continuar fugindo.
Os autores foram identificados em poucos dias pela Polícia Civil. Robson alegou que estava apenas dando uma carona para Adriano Soares e que teria sido surpreendido com a sua atitude de atirar contra a vítima. Porém, segundo a polícia, a sua versão foi desmentida pelas imagens do sistema de monitoramento da BM.
Após quase 11 anos, a família de Ademir teve o dever de ir até o Fórum de Passo Fundo para gritar mais uma vez por Justiça, mas desta vez esperando a condenação dos envolvidos. Por mais de uma década, os familiares procuravam a Promotoria de Justiça, se informavam das atualizações e lutavam pelo dia do julgamento.
Em plenário, o promotor Fernando Alves fez questão de enaltecer a atitude dos familiares, que mesmo com dor, sem chão, nunca procuraram os réus para pedir explicação ou fazer algo que intimidasse os acusados.
O julgamento, que durou mais de 13 horas, teve o veredito final apresentado pela Juíza Rosali Terezinha Chiamenti Libard: a condenação dos dois réus. Robson foi condenado a 21 anos e 6 meses e Adriano a 17 anos e seis meses, ambos em regime fechado. Eles já foram recolhidos ao Presídio Regional de Passo Fundo.
O QUE DIZEM AS DEFESAS ?
Fabrício Lorandi Pinheiro e sua equipe (Escritório Cavalcanti, Pinheiro & Viuniski), que atuou na defesa de Robson destacou que em momento algum o acusado teve a intenção de tirar a vida de Ademir. Segundo a defesa, Robson tinha como ideia dar um “susto” e foi surpreendido pela atitude do comparsa.
Lorandi Pinheiro destacou que entrará com recurso para tentar mudar o resultado do julgamento.
Jabs Paim Bandeira e Andréia Tavares (Escritório Jabs Paim Bandeira e Advogados Associados) ralentaram que a Justiça foi feita, mas que esperavam um resultado com pena menor ao seu cliente. Andreia relatou que também entrará com recurso.
QUAL O SENTIMENTO DA FAMÍLIA APÓS A CONDENAÇÃO DOS ASSASSINOS DE ADEMIR?
Ainda em prantos, a mãe Rosângela Dias diz estar um pouco mais aliviada em saber que a Justiça está sendo feita. “Eu sempre acreditei. Nunca perdeu a esperança. Nada vai trazer o Júnior de volta, mas ficamos um pouco mais aliviados vendo a Justiça sendo feita”, desabafou.
O pai, Ademir Lara Dias disse que agora, aos poucos vão recomeçar viver suas vidas novamente e se sentem aliviados com a Justiça sendo feita.
O promotor de Justiça Fernando Alves destacou que fica com sensação de alívio ao ver os réus pagando pelo que fizeram. Fernando disse que os dois irão pagar pelo que fizeram, na medida da Justiça, “nem mais e nem menos”, pontuou.
