Rio Grande do Sul responde por cerca de 8% do valor
Foto: Guilherme Testa
O Brasil tem um custo médio anual de R$ 1,5 bilhão em prejuízos devido ao roubo de cargas, sendo que o Rio Grande do Sul responde por cerca de 8% desse valor. Os ataques têm afetado toda a cadeia produtiva. “Aumenta o custo do produto e diminuem as vendas e a produção”, cita como exemplo o coronel João Carlos Trindade Lopes, da JT Lopes Consultoria, que presta assessoria ao Sindicato das Empresas de Transporte de Cargas e Logística no Estado do Rio Grande do Sul (Setcergs).
“Muito tem sido feito no sentido de reduzir os prejuízos das empresas que transportam e muitas vezes armazenam, mesmo que sazonalmente, cargas no RS”, observa Lopes, acrescentando que o setor investe de 8% a 12% do seu faturamento em “medidas para evitar ou diminuir prejuízos com as cargas”. Normalmente, acrescenta, os produtos com maior valor agregado, como eletrônicos, celulares e tablets, impactam no resultado final quando as empresas contabilizam seus prejuízos.
Sobre os trechos de rodovias e municípios mais críticos, o coronel João Carlos Trindade Lopes aponta as rotas da Região Metropolitana, de Novo Hamburgo até Lajeado, além da BR 290 retornando a Porto Alegre. Para inibir a criminalidade, lembra Lopes, são adquiridos aparatos tecnológicos, como câmeras, sensores, localizadores, bloqueadores, identificadores de sinais, além da contratação de vigilantes e escoltas armadas.
A Delegacia de Repressão ao Roubo e Furto de Cargas (DFRC), do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic) da Polícia Civil, contabilizou 260 ataques até este domingo no RS. Em 2015, foram 599 ocorrências. As BRs 116 e 386 são consideradas pela especializada como as mais perigosas. As cargas mais roubadas são cigarros, produtos alimentícios em geral e eletroeletrônicos, que são repassadas para mercados e bares, além de abastecerem o comércio informal.
A equipe do delegado Gustavo Bermudes Menegazzo da Rocha, titular da DFRC, já prendeu 24 criminosos entre 22 de fevereiro e 30 de abril deste ano. No período, os policiais civis efetuaram 23 apreensões de cargas variadas, avaliadas em R$ 2,5 milhões. Os agentes recolheram ainda 18 veículos usados pelos bandidos e cerca de dois quilos de drogas, além de seis armas. “Não vamos medir esforços para promover investigações qualificadas, voltadas ao combate efetivo das organizações criminosas, com o auxílio das modernas ferramentas disponíveis”, assegura.
Correio do Povo