Os caminhos que seguimos
E novamente falamos da figura alegórica de um caminho.
Pode parecer insistência, mas é onde estamos seguindo.
A vida é uma parte material e outra emocional.
A parte que nos dá tudo é a que menos cuidamos, justamente porque estamos presos às aflições e as alegrias das impressões do mundo material.
Esse mundo está se tornando cada vez menos físico.
Presos às redes sociais, onde estamos nos tornando perfis e deixando de ser “personas”.
Vivemos os dias com as rotinas de visitar ou ancorar nas redes sociais.
Marcamos encontros?
Sim, no perfil, para uma transmissão ao vivo.
Fazemos encontros?
Sim, nos bate-papos de grupos, onde por vezes, um ou outro “sai do grupo”.
Passado um tempo, nem nos lembramos mais deles.
Estão acabando os telefones fixos.
As pessoas estão digitalizando as emoções e conversas.
E por que?
Simplesmente porque avançamos no mundo físico tanto que esquecemos de preencher o mundo emocional.
O lúdico não foi completado com as formas que costumávamos preenchê-lo e o que seria mais imaterial do que o mundo digital?
A ilusão digital está devolvendo de forma rápida e agressiva tudo aquilo que tiramos de nossa vida.
Não dê um telefone móvel para seu filho antes de dar a ele um brinquedo de tabuleiro; uma boneca para uma menina; um cachorrinho para que tenham desde cedo a sensação genuína de amor gratuito e correspondido; livros para colorir, gibis para ler ou meramente ver as figurinhas.
Não envenene seu futuro da mesma forma que envenenamos o nosso.
Boa quinta.
Marcelo Etiene