Reunião vai ocorrer em Barbados, mas data não foi informada
A oposição da Venezuela se reunirá com representantes do governo de Nicolás Maduro em território neutro para conversações mediadas pela Noruega como parte dos esforços para resolver a crise política. “Nos dirigimos ao país e à comunidade internacional, a fim de anunciar que, em razão da mediação do governo do Reino da Noruega para pôr fim à tragédia que sofremos os venezuelanos, participaremos de uma reunião com representantes do regime usurpador em Barbados, para estabelecer uma negociação de saída para a ditadura”, disse o gabinete de Juan Guaidó, reconhecido como líder legítimo da Venezuela por mais de 50 governos em um comunicado.
Ele disse que qualquer negociação deve levar a uma solução sustentada para a crise e não pode ser usada pelo Partido Socialista para ganhar tempo. “Reiteramos a vigência da rota proposta para pôr fim ao sofrimento dos venezuelanos: cessação da usurpação, governo de transição e eleições livres, com observação internacional. Não temos um tempo ilimitado, a cada dia que passa a situação piora. A profunda crise que vivemos, e que plasmou em seu último relatório a Alta Comissária de Direitos Humanos da ONU, ressalta o senso de urgência que nós temos. A solução deve ser agora”, diz o texto divulgado nas redes sociais.
No documento, Guaidó afirma que “o povo venezuelano, nossos aliados e as democracias do mundo reconhecem a necessidade de um processo eleitoral verdadeiramente livre e transparente que nos permita superar a crise e construir um futuro produtivo”. O opositor também reitera que a principal motivação é colocar um fim ao sofrimento de seu concidadãos.
“Também receberemos em Caracas o representante especial da União Europeia para a Venezuela, Enrique Iglesias, como parte da ofensiva internacional que temos desenvolvido. Pedimos ao nosso povo para não ceder às intrigas de um aparelho de propaganda que busca gerar desesperança e divisão. Juntos, temos de defender a Venezuela e o futuro, em todos os espaços e de todas as maneiras possíveis”, concluiu.
Muitos na oposição desconfiam dos procedimentos de diálogo, uma vez que os esforços anteriores terminaram sem acordo e os críticos de Maduro os viam como uma tática de estagnação. Fontes da oposição, em junho, disseram que representantes estavam preparando outra rodada de negociações. Maduro defendeu na sexta-feira o processo de diálogo apoiado pela Noruega, enquanto Guaidó, no mesmo dia, disse que nunca haverá um bom momento para mediar “com sequestradores, violadores de direitos humanos e uma ditadura”.