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sexta-feira 22 novembro 2024
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Operação Leite Compen$ado retorna e prende mais seis no Alto Uruguai

Após 5 meses da ação que colocou 21 pessoas na cadeia, 8ª fase da Operação prende mais seis por fraude no leite
Promotores Mauro Rockenbac e Alcindo Luz Bastos da Silva Filho à frente da ação – Fotos: Julio Mocellin
Após cinco meses da ação coordenada pelas promotorias de Justiça Especializada Criminal e de Defesa do Consumidor do Ministério do Público gaúcho que prendeu 21 pessoas na 7ª fase da operação Leite Compen$ado em cidades do Alto Uruguai, mais uma vez, a força tarefa que teve ainda a participação da Brigada Militar (BM), Receita Estadual, Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) e Ministério Público (MP) de Santa Catarina, está de volta a Erechim, cidade sede da 7ª operação, para mais uma fase da ação que visa desarticular a fraude do leite em várias etapas da cadeia produtiva, desde a produção, até os postos de resfriamento.
Nas primeiras horas da manhã desta quarta-feira (13), foram cumpridos seis mandados de prisão preventiva, três medidas cautelares e oito mandados de busca e apreensão nas cidades de Campinas do Sul, Jacutinga e Quatro Irmãos. Quatro caminhões foram apreendidos.
De acordo com o promotor de Justiça, Mauro Rockenbac, a 8ª fase da Operação foi desencadeada conforme investigações, quando foram elaborados 39 laudos pelos laboratórios da Univates e da Alac, credenciados pelo Mapa, que apontaram que houve fraude por adição de água pelos leites Cruz Refrigerados, entregues pelo Transportes Odair Ltda e recebido pela Cooperativa de Pequenos Agricultores de Campinas do Sul (Coopasull). Também foi detectada alteração de densidade do leite ocasionada por adição de produtos, como sal, açúcar ou amido de milho, por exemplo, acidez elevada (que indica a deterioração por micro-organismos) e adição de soro de leite para disfarçar a acidez.
A operação investigou um casal proprietário da Transportadora Odair Ltda., três motoristas da empresa, que participavam ativamente da adulteração, um responsável pelo laboratório da Coopasul, bem como o próprio o Presidente da Cooperativa, que recebia as cargas de leite adulterado e as dava destinação final, a partir da diluição de leite velho com o leite bom.
As investigações mostraram ainda que o transportador lançou na conta de uma produtora rural até o triplo do leite coletado, o que “disfarçaria” o aumento no volume do leite a partir da adição de água. Foi indicado, inclusive, um escritório de contabilidade para regulamentar o imposto de renda da produtora.
Em Campinas foram presos preventivamente, o presidente da Coopasul, Ariel Paulo Narzetti, o proprietário da Transportes Odair Ltda, Odair Melatti, o laboratarista responsável da Coopasul,Douglas Bonfante, três caminhoneiros,Vilmar Bonfante, Ezequiel Sakrezewski e Franciel Lazari, As cautelares dizem respeito a esposa de Melati, Delair Salete Bolis Melati , o contador da empresa, Hélio Bortolomeu Marengo, da cidade de Jacutinga, e a produtora rural Lídia Bucior Poganski.Presidente da Coopasul, Ariel Paulo Narzetti no momento em que recebia o mandado de prisão
Leite Compen$ado
A 7ª fase da Operação Leite Compen$ado foi deflagrada na manhã do dia 3 de dezembro, quando foram cumpridos 16 mandados de prisão e outros 17 de busca e apreensão em Erechim, Gaurama, Jacutinga, Machadinho, Maximiliano de Almeida e Viadutos e alguns dias depois, mais 4 pessoas também foram presas por envolvimento no esquema que consistia na adição de água e sal ao leite.
Na ocasião, foi verificada a adulteração do leite em um esquema mais amplo do que o flagrado nas operações anteriores, que tiveram início em maio de 2013.
No dia 19 de dezembro, o Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul (TJ/RS) bloqueou bens e imóveis Transportes Rafinha, cuja sede é em Gaurama. Além delas, os dois sócios da Transportes Rafinha também foram comprometidos pela decisão.
A investigação do MP apurou a responsabilidade pela adulteração de leite industrializado em território gaúcho e revendido em outros Estados.
Com o intuito de que o dinheiro dos envolvidos – que pode ser usado em indenizações – saia de suas contas, a Justiça também quebrou o sigilo bancário dos investigados e o bloqueio de eventuais saldos.
As operações Leite Compen$ado 1 e 2 foram desencadeadas em maio de 2013 e verificaram a adição de água e ureia durante o transporte do produto no RS. A Leite Compen$sado 3, de novembro do mesmo ano, descobriu o implemento de água oxigenada no traslado do alimento.
Já a Leite Compen$ado 4, comprovou a adição de água e ureia no transporte e em postos de resfriamento de leite em solo gaúcho. A Operação 5 chegou até a indústria, onde água e produtos químicos eram adicionados ao alimento para mascarar sua deterioração.
A Operação Leite Compen$ado 6 ultrapassou as fronteiras do RS. Além de postos de resfriamento e cooperativas gaúchas, foi descoberto no Paraná a adição de água e elementos químicos para forjar o leite que já estava impróprio para consumo. A operação mais recente, a Leite Compensado 7, descobriu a colocação de água e sal no transporte, resfriamento do produto e em cooperativas no RS



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