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sexta-feira 22 novembro 2024
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Operação contra abigeato no Rio Grande do Sul termina com 17 presos

Organização criminosa causou prejuízo de pelo menos R$ 2 milhões

Mais de duas toneladas de carne imprópria para consumo foram apreendidas | Foto: Polícia Civil / Divulgação / CP

Mais de duas toneladas de carne imprópria para consumo foram apreendidas | Foto: Polícia Civil / Divulgação / CP

A Polícia Civil desarticulou a maior quadrilha de abigeatários em atividade em várias regiões do Rio Grande do Sul. A organização criminosa era responsável pelo furto anual de cerca de mil cabeças de gado por ano. Os prejuízos dos pecuaristas passariam de R$ 2 milhões por ano. Ao amanhecer desta quarta-feira, a megaoperação Cooptare foi desencadeada pela Força Tarefa de Combate ao Abigeato, sob comando do delegado Adriano Linhares. A ofensiva terminou com 17 prisões e a apreensão de 2,6 toneladas de carne imprópria para consumo, cinco veículos seis armas e documentos, além de R$ 12 mil em dinheiro.

Cerca de 100 agentes cumpriram 48 ordens judiciais em Canoas, Santa Maria, Santana do Livramento, Júlio de Castilhos, Quaraí, Dom Pedrito, Palmeira das Missões, Lagoa Vermelha, Venâncio Aires, Progresso, Bom Retiro do Sul, Camaquã e Arroio dos Ratos.

As investigações começaram em meados do ano passado. Durante o trabalho investigativo foram efetuadas outras 28 prisões acompanhadas de apreensões de gado furtado. “Essa organização tinha ramificação em todo o Rio Grande do Sul, destacou o delegado Adriano Linhares. Os criminosos levava um tropeiro com cavalo para furtar o gado das propriedades, sendo os animais transportados em caminhões boiadeiros, com documentação falsa, até um abatedouro regular em Arroio dos Ratos. Depois, os açougues da Região Metropolitana de Porto Alegre eram abastecidos com a carne clandestina, sendo vendidos com preços abaixo de mercado.

Funcionários eram aliciados

Os agentes da Força Tarefa de Combate ao Abigeato também tiveram um descoberta surpreendente nas investigações. “A organização criminosa aliciava os funcionários das propriedades rurais para que facilitassem o furto dos animais, recebendo em torno de 20% do valor total do animal, avaliado geralmente entre R$ 2 mil e R$ 2,5 mil cada um. O delegado Adriano Linhares citou o caso do furto de mais de 150 reses de uma fazenda na região da Fronteira. Em algumas situações, os pecuaristas sequer sabiam do furto devido à confiança nos empregados. “Eles estavam agindo há bastante tempo”, estimou.

O delegado Adriano Linhares observou que a quadrilha também adquiria gado com cheques sem provisão de fundos, em um “volume alto”. De acordo com ele, a estrutura e logística da organização criminosa chamou a atenção dos policiais civis, pois olheiros que escolhiam as vítimas, tropeiros, motoristas, açougueiros e repassadores, entre outros com funções definidas. “Eles tinham integrantes em todo o Rio Grande do Sul”, ressaltou. O líder da quadrilha, um dono de açougue de Canoas, já havia sido preso em dezembro do ano passado em Restinga Seca, mas as atividades ilícitas prosseguiram em um ritmo menor. A mulher do comerciante e os braços-direitos dele estão entre os presos.

Correio do Povo




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