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quinta-feira 2 maio 2024
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OMS afirma que o vírus zika é o ‘culpado’ pela epidemia de microcefalia

Diretora da entidade, Margaret Chan, visitou a Fundação Oswaldo Cruz, no Rio, nesta quarta

Diretora da entidade, Margaret Chan, visitou a Fundação Oswaldo Cruz nesta quarta | Foto: Fernando Frazão / Agência Brasil / CP

                            Foto: Fernando Frazão / Agência Brasil / CP
A diretora geral da Organização Mundial de Saúde, Margaret Chan, afirmou que o vírus zika é o “culpado” pela epidemia de microcefalia “até que se prove sua inocência” e alertou para o fato de que a situação vai se agravar. “As coisas podem piorar antes de melhorar. É um vírus capcioso, esperto. E devemos nos preparar para novas surpresas”, afirmou a sanitarista, que visitou a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) na tarde dessa quarta.
Margaret ressaltou que as mulheres grávidas infectadas pelo vírus devem ser acompanhadas bem de perto para que se possa identificar se os bebês vão nascer com sequelas neurológicas. “Não se surpreendam se encontrarem microcefalia em outros Estados (além daqueles em que a condição já foi identificada)”.
A diretora da OMS informou que a instituição aguarda informações de outros países sobre possíveis registros de microcefalia. Ela ressaltou o caso da Colômbia, que tem um “sistema de saúde forte”, com coletas de dados importantes, e que tem acompanhado grávidas com suspeita de zika. Ela ressaltou que, além do Brasil, a Micronésia e a Polinésia Francesa identificaram casos de microcefalia, depois do surto de zika, num estudo retrospectivo feito após o alerta brasileiro.
Segundo Margaret, mais de 40 países notificaram a OMS sobre surtos de zika e pelo menos 113 países têm a presença do Aedes aegypti, mosquito responsável pela transmissão da doença a quem ela se referiu como “um inimigo formidável”.
O diretor executivo da OMS para surtos e emergências, Bruce Aywald, afirmou que “o mundo tem uma dívida grande com o Brasil” por causa do alerta feito no fim do ano passado, relacionando zika e microcefalia. “Esse vírus não é apenas um problema de saúde pública. É uma ameaça para o futuro do País e exige uma resposta rápida. Não sabemos por que o resto do mundo nunca fez essa correlação. Mas os demais países têm agora o que o Brasil não tinha, a informação de que zika pode causar microcefalia”, afirmou.
Margaret Chan defendeu que os governos deem todas “as informações e meios” para que as mulheres se protejam e possam tomar a decisão ou não sobre ter filhos. “Todo governo tem responsabilidade de passar as informações para as mulheres e suas famílias para que, em posse dessa informação, decidam se querem ou não adiar a decisão de engravidar”.
O ministro da Saúde, Marcelo Castro, disse que a pasta não vai encaminhar proposta ao Congresso para ampliar o direito de grávidas abortarem para os casos de infecção por zika. “A minha opinião é a opinião do governo. Sou um agente público e todo agente público está submetido às leis do País. A lei brasileira não permite aborto em caso de microcefalia. Só em três situações o aborto é permitido: em caso de estupro, de risco iminente para a mãe e no caso de anencefalia. A microcefalia não se caracteriza como isso daí”, afirmou.
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