O assunto “tempo” me fascina desde que me entendo por gente.
Se vivemos com a nítida sensação de passado, presente e futuro, em 1905 Eistein relativizava esse conceito com a teoria da relatividade e dez anos depois com a publicação da relatividade geral.
Publicações cientificas, textos místicos, divagações filosóficas, cada uma sob seu ponto de vista costumam tratar do assunto.
Nessa semana eu li um texto de um professor de física falando sobre a direção do tempo.
Ele dizia que nas leis fundamentais da física, não há distinção entre passado e futuro portanto cria-se um paradoxo: Se nas leis da fisica essa distinção não existe, como entender o fato de sermos capazes de lembrar do passado sem o mesmo acesso epistemológico do futuro?
Tem gente que capta esses sinais como uma antena de rádio retransmite a programação e faz “previsões” sobre o futuro, mas isso não passa de um fenômeno físico afinal o tempo pode ser considerado uma dimensão adicional as três que já estamos habituados. Segundo a teoria da relatividade podemos olhar para as leis da física como uma geometria quadrimensional.
Mas normalmente não temos acesso ao futuro.
Como devemos pensar sobre nossas ações no presente que afetam o futuro sem que o mesmo aconteça com o passado ? ( olhando para o tempo sem distinção entre passado e futuro.)
O fato de termos acessos diferentes ao passado e futuro e o modo como afetamos cada um deles é fundamental para a maneira como olhamos o presente.
Em ultima análise, se tudo está interligado torna-se uma coisa só. A única coisa que muda é a maneira como enxergamos, ou seja; é o olhar individual, particularizado por cada experiência que faz a diferença.
Diante disso posso considerar que HOJE é o único dia real.
É nele que projeto minha consciência sabendo que o tempo é criação humana necessária para contar os dias, balizar a história e servir de mídia que organiza as experiências, mas a concepção clássica que criamos sobre ele é imprecisa.
Se é assim só me resta mais um dia: aquele que chamamos HOJE.
Vivendo no hoje lidaremos melhor, inclusive com o arraigado medo do fim, contraste entre nossa intima sensação de eternidade e diária constatação de que um dia vamos embora. A ideia de fim só cabe no conceito de tempo (presente , passado e futuro) por isso quem vive no hoje não teme o amanhã.
Nosso olhar pode emprestar ao tempo uma áurea de possibilidades, negando-se a tratá-lo como um implacável carrasco.
É assim. Complicadamente simples.
Pense nisso.
FlavioSiqueira