O diamante que se parte
Estamos vivendo tempos de cada dia mais vazio. Vazio nas relações, nas atitudes e no quotidiano. A vida nunca foi tão desvalorizada. As pessoas não se envolvem mais umas com as outras. Ao contrário, criam grupos em seus smartphones. Participam de discussões e fazem das suas próprias vidas um espelho do que vêem na falsa vida alheia.
Estamos ficando vazios. Esse sentimento de instatisfação que às vezes sentimos e não sabemos como lidar com ele nada mais é do que o último grito de humanidade genuina que reside em nossa mente anestesiada e seletiva. Escolhemos o que queremos ser, viver, comer, ler e ter. Não que essas escolhas sejam boas, mas é o que a nossa vida limitada nos permite.
Jogamos, trabalhamos, “vivemos” em função de um menu restrito. Viramos personagens de um jogo onde sempre perdemos na primeira fase ou na segunda e esperamos o “reboot” – o reinício do jogo, no dia seguinte, para também RECOMEÇARMOS – sim, um ‘loop’ eterno, até que o desgaste nos tire de circulação por nos tornarmos obsoletos.
É um mundo de paixões sem nenhum amor. Essa vida é a face externa de um diamante. Somos atraídos pelo seu interior, sem jamais passarmos da dura superfície. Tantas faces desse diamante que pesa e cai, às vezes se quebrando. Mas mesmo o diamante que se parte poderá ser relapidado, ganhando outro desenho externo e sempre terá um interior íntegro.
Boa segunda.