Na presidência do G20, Brasil planeja mais de 120 reuniões para 2024
País fica à frente do grupo, que reúne cerca de 85% do PIB mundial, até o fim do próximo ano; 15 cidades vão receber eventos
Professora de direito internacional da Universidade de São Paulo (USP), Maristela Basso avalia haver grande expectativa sobre o mandato do Brasil, tanto interna quanto externamente, e, por ser a primeira presidência, o país quer deixar um legado.“Para tanto, criou uma comissão nacional de coordenação da presidência, em uma clara tentativa de dar total transparência aos seus trabalhos, além de procurar aproximar e introduzir a sociedade civil nos trabalhos do grupo de países. Na agenda do Brasil, estão as questões relativas à crise climática, energias renováveis e, especialmente, aquelas relacionadas à pobreza, fome, desemprego e justiça global”, afirma.Para a cientista política Denilde Holzhacker, a presidência do G20 mira os holofotes no Brasil em termos de agenda política e econômica, e diversas questões serão centralizadas no país, aumentando a capacidade brasileira de influência, principalmente entre as economias participantes.“Mas, hoje, o G20 é um fórum muito mais de construção de agenda e de discussão do que, de fato, de capacidade de mudança em termos de atuação internacional. O governo brasileiro vai levar a agenda ambiental como uma agenda importante e ampliar a agenda da sociedade civil, o que tem um efeito importante para a captação de investimentos”, diz.“É possível que não se tenha grandes atuações a partir do G20, pelo menos não tem tido nos últimos anos. Mas não significa que isso não seja relevante para essa posição do governo brasileiro em ser cada vez mais participativo e atuante nas pautas internacionais”, conclui a especialista.Onde serão os compromissos
Serão 15 cidades-sedes brasileiras, divididas entre as cinco regiões — Maceió, Fortaleza, Recife, Salvador, Teresina e São Luís, no Nordeste; Belém e Manaus, no Norte; São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte, no Sudeste; Porto Alegre e Foz do Iguaçu, no Sul; e Brasília e Cuiabá, no Centro-Oeste.Além do Brasil, quatro países vão sediar os compromissos do G20 ao longo de 2024 — Estados Unidos, Suíça, Bélgica e França. Também haverá encontros por videoconferência.
Ao todo, serão 22 órgãos federais envolvidos nas reuniões (veja no fim do texto) — 19 ministérios, o Banco Central, a Controladoria-Geral da União (CGU) e a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa).Brasília é a cidade que mais receberá os eventos do G20 no próximo ano, com 33 encontros marcados. Em seguida está o Rio de Janeiro, com 23. Belo Horizonte, Porto Alegre, São Luís e Teresina serão anfitriões apenas uma vez cada.
Veja o levantamento completo, feito pelo R7, de quantas reuniões cada cidade sediará:
• Brasília (DF): 33
• Rio de Janeiro (RJ): 23
• Fortaleza (CE): 7
• Salvador (BA): 6
• São Paulo (SP): 4
• Manaus (AM): 4
• Belém (PA): 3
• Foz do Iguaçu (PR): 3
• Cuiabá (MT): 2
• Recife (PE): 2
• Maceió (AL): 2
• Belo Horizonte (MG): 1
• Porto Alegre (RS): 1
• São Luís (MA): 1
• Teresina (PI): 1
• EUA: Washington (4) e Nova York (1)
• Genebra (Suíça): 1
• Bruxelas (Bélgica): 1
• Paris (França): 1
Integrantes do G20
• África do Sul
• Alemanha
• Arábia Saudita
• Argentina
• Austrália
• Brasil
• Canadá
• China
• Coreia do Sul
• Estados Unidos
• França
• Índia
• Indonésia
• Reino Unido
• Rússia
• Turquia
• União Africana (recém-admitida)
• União Europeia