Alterações ocorreram logo após ser formalizado pedido de CPI
A mudança na composição dos blocos partidários na Câmara de Vereadores da Capital causou nova polêmica nesta quinta-feira durante a primeira sessão plenária posterior ao anúncio da instauração de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) sobre atos da Prefeitura da Capital. As alterações ocorreram entre partidos que compõem a base do Executivo e outras siglas autodeclaradas independentes, provocando protestos de membros da oposição.
“Fica evidente que estas mudanças respondem a interesses políticos. Quem observar verá que o bloco ligado ao líder do governo aumentou. Será que o vereador Mauro Pinheiro vai querer mesmo participar da CPI ou seu desejo é obstruir o trabalho de quem deseja trazer transparência aos atos suspeitos do Executivo”, desferiu Roberto Robaina (PSol). Visivelmente irritado com a mudança dos blocos, apresentadas em diversos requerimentos entregues pelos líderes de bancadas à Mesa Diretora, o vereador pronunciou sua crítica, primeiro da tribuna, e depois prosseguiu em conversas com representantes de outras bancadas.
As mudanças foram diversas. Uma delas, aproximou o PTB, integrante da base que possui bancada de quatro componentes à Rede, partido do líder do governo. Outra, agrupou pequenas bancadas em um bloco de seis vereadores: dois do PSB, dois do REP, um do PROS e um do SD, Claudio Janta (SD), que respondeu também da tribuna. “Não estou manipulando nada. Pequenas bancadas têm o direito de discutir os problemas da cidade”, disse.
Vice-líder do governo, Moisés Barboza (PSDB) sustentou que, ao questionarem o direito das mudanças, atribuindo que há interesse político, os oposicionistas “estão admitindo que é a CPI é uma ferramenta eleitoral”. Para Barboza, não há do que reclamar, pois o direito a alterações na composição de blocos está previsto em regimento. “São mudanças legais e se não aceitam isso é por que queriam uma CPI só para eles. Mas não terão. A CPI é da Câmara de Vereadores”, respondeu o líder do governo.
Correio do Povo