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quarta-feira 8 maio 2024
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Memorias de Sarandi – Humberto Tesser Paris

MEMÓRIAS DE SARANDI 65
Época: Décadas de 1950/1960
Humberto Tesser Paris
Pode ser uma imagem de 10 pessoas, pessoas em pé, pessoas sentadas e terno
MEUS TIOS TESSER
Minha mãe Adelaide Tesser Paris gostava de fazer filó, indo na casa de um e de outro aos sábados ou domingos.
Por ela ter ficado viúva muito cedo, aos 41 anos, desde cedo eu, que sou o caçula, era o escolhido para acompanhá-la em suas visitas.
O lugar que mais era frequentado foi a casa do tio Angelo Tesser que morava na avenida 7 de Setembro, no centro da cidade, casa essa que fora de meu avô João Tesser.
Era o lugar em que meus tios e tias se reuniam para jogar.
Os homens jogavam pife na cozinha.
Eu que era a única criança, só podia olhar, mas não podia piar, sob pena de causar uma desavença muito grande e perder meu passe livre.
Na sala iam as mulheres jogar bingo, ou melhor, tombola, que usava cartelas diferentes do bingo.
Ali me era permitido jogar, não sem antes um comentário desaprovatório emitido pela mãe da tia Nair. Quando eu ganhava, ela resmungava dizendo que eu não devia estar jogando, mas quando ela ganhava, gritava faceira: “Cinquina! Cinquina! Ó fato la cinquina!”, daí era minha vez de olhar com ar desaprovador, mas não comentava nada.
Foi uma época que me marcou muito, pois eu pude ter uma relacionamento mais estreito com meus tios e tias.
Lá estavam os tios Angelo e Nair Ferronato Tesser, os tios Bernardo e Ludovina (Vina) Novello Tesser e os tios Elvira Tesser Vedana e Antonio Vedana.
Além dos tios vi poucas vezes, a prima Ortenila (Paris) Viccari Gambeta e o seu Fredo, que era dono do Hotel dos Viajantes.
Alguém comentou que o seu Fredo, que já era viúvo também, estava interessado na mãe.
A mãe respondeu que não queria nenhum estranho mandando em seus filhos.
Essa era a minha mãe, de personalidade forte e decidida, a quem, nós filhos, nunca a agradecemos o suficiente.
Uma vez uma amiga minha questionou por quê meu apelido era Beto e não Berto.
Fazia sentido, pois minha mãe me chamava Berto, minhas tias Vina e Nair me chamavam Bertinho.
A tia Elvira não lembro, mas, pela voz grossa, certamente me chamava Berto também.
Embora eu tenha ido muitas vezes na casa do tio, nunca vi os meus primos Marcos Antonio Tesser e o Heitor Tesser Vedana nos dias de jogo, embora tivéssemos a mesma idade.
Há uma semana, dia 29/05/2021, a tia Vina, com 95 anos, nos deixou, sendo a última das minhas tias e tios a resistir ao chamado dos que já se foram.
Tenho certeza que ela foi recebida com festa lá no céu.
Na foto tirada no casamento do tio Bernardo com Ludovina Novello, o Avô João Tesser e seus filhos vivos na época, hoje todos já falecidos.
Em pé, da esquerda para direita: Felix Alberto, Bernardo, Elvira, Adelaide, Felicina, Mario, Algelo.
Sentados, da esquerda para direita: Atilio, o avô João Tesser, Dante.



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