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sexta-feira 22 novembro 2024
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Marchezan sugere atraso de salários a partir deste mês

Prefeitura divulgou números da gestão e ressaltou situação ruim das contas

Prefeitura acena com possibilidade de não pagar salários em dia em maio | Foto: Guilherme Testa / CP Memória

| Foto: Guilherme Testa / CP Memória

“A partir de maio faltará dinheiro para pagar todas as despesas”, avisa o comunicado assinado pelo prefeito de Porto Alegre, Nelson Marchezan Júnior, nesta segunda-feira. No documento, a prefeitura salienta o cenário “mais grave da nossa história”, em relação às contas públicas.

Em tabelas, Marchezan sustenta que a gestão anterior só conseguiu pagar o funcionalismo em dia em função de ações paliativas, como a antecipação de IPTU e do recebimento de uma dívida da qual o Dmae era credor e tinha previsão inicial de ser paga, com juros, até 2032. Marchezan também lista medidas administrativas que, de acordo com a Secretaria da Fazenda, permitiram reduzir o déficit previsto, até o fim do ano, de R$ 825 milhões para R$ 699 milhões.

Dentre as ações que diminuíram a previsão de déficit, estão 12 medidas adotadas pela prefeitura. Entre elas, a reforma administrativa, corte de CCs, suspensão das dívidas com fornecedores e a redução de 30% nas horas extras. Ainda assim, maio deverá ser o primeiro mês em que as contas fecharão no vermelhor – o que será tendência até o fim do ano, segundo a prefeitura.

Marchezan pede apoio e cita “transparência e coragem”

Marchezan ressaltou que sua administração procurou combater a sonegação de impostos, além de ser a prefeitura que mais cobrou os devedores de impostos em 2016. “Mesmo com as iniciativas de melhoria da arrecadação própria, infelizmente elas não são suficientes para pagar todas as despesas que a prefeitura contraiu ao longo dos últimos anos. Os compromissos assumidos não têm receita para serem honrados”, escreveu Marchezan.

Pedindo apoio aos colaboradores e citando “transparência e a coragem”, o prefeito prometeu trabalho pelo reequilíbrio financeiro. “Nosso objetivo com relação às finanças é garantir que as despesas caibam nas receitas”, diz a nota. “O caminho até o equilíbrio financeiro será difícil e não será breve.”

Parcelamento esperado

Desde o início da gestão, a prefeitura aponta para o cenário crítico. Num primeiro momento, Marchezan disse que só poderia garantir salários em dia em janeiro e fevereiro. Em março, contudo, a previsão para que o parcelamento começasse em maio foi estabelecida.

Também em março, o Sindicato dos Municipários de Porto Alegre (Simpa) classificou como “ato terrorista” a postura do prefeito, de ameaçar parcelamento desde o começo da gestão.




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