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quinta-feira 21 novembro 2024
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Manifestantes pedem reabertura do comércio em Porto Alegre

Protesto em frente à prefeitura criticou medidas de restrição e circulação da população por conta da pandemia de coronavírus

Protesto em frente à prefeitura pediu reabertura do comércio em Porto Alegre

| Foto: Mauro Schaefer

Protesto em frente à prefeitura pediu reabertura do comércio em Porto Alegre

Empresários, autônomos, prestadores de serviço e desempregados protestaram nesta terça-feira em frente ao Paço Municipal contra as medidas de restrição de funcionamento do comércio e de circulação da população por conta da pandemia do novo coronavírus. Em clima de campanha política, vereadores, deputados e militantes de direita com bandeiras do Brasil se reuniram na Praça Montevidéo para pedir a flexibilização do isolamento social e a reabertura do comércio na Capital, em manifesto chamado de liberdade de trabalho e cidadania.

Com caixas de som e um palanque instalados em frente à prefeitura, os participantes se revezavam no uso do microfone com críticas ao prefeito Nelson Marchezan Júnior, a quem classificaram como “ditador”, por conta dos últimos decretos do Executivo que visam a reduzir a circulação da população e conter a disseminação da Covid-19. Uma das organizadoras do ato, Fernanda Barth afirmou que o prefeito ‘acabou com empresas e empregos num canetaço’, em alusão aos últimos decretos que ampliaram as restrições ao comércio. “A gente tem que estar defendendo o direito mais básico que é de trabalhar e botar comida na mesa da nossa família”, discursou.

No mesmo dia em que o Rio Grande do Sul contabilizou 1.060 mortos pela doença – 184 apenas em Porto Alegre -, o grupo foi recebido pelo vice-prefeito Gustavo Paim, que foi recebido com gritos de apoio. Ao descer e falar para os militantes ao microfone, Paim lembrou que sempre recebeu no gabinete entidades ligadas a partidos de esquerda, como PT e PSol. Ele reforçou que durante a gestão também atendeu representantes do Sindicato dos Municipários de Porto Alegre (Simpa) e disse que não seria diferente com empreendedores e comerciantes. “O único risco que a curva que está aqui pode causar é de querer trabalhar”, numa referência aos manifestantes.

O empresário Greg Schneider, que tem uma empresa de consultoria de tecnologia, afirma que o fechamento do comércio provoca uma série de dificuldades e que, por conta disso, uma parte da população está perdendo emprego. “A gente tem preocupação com a vida, mas a gente acredita que ela deve ser encarada de maneira mais holística, porque economia também é vida, produção também é vida, comércio também é vida”, garante. Schneider voltou a defender a flexibilização das medidas e maior transparência dos gastos da prefeitura no setor de saúde. “O comércio foi justamente quem cumpriu todas as medidas, que tem medidor de temperatura na porta, álcool em gel, máscaras, limitação de espaços”, justifica.

O secretário extraordinário de Enfrentamento ao Coronavírus, Bruno Miragem avalia que o momento é de esforço comum para reduzir o ritmo de contágio e preservar a capacidade de atendimento do sistema de saúde. “É assim no mundo todo. O esforço da população de Porto Alegre e dos diferentes setores econômicos nos permitiram alcançar uma situação comparativamente melhor do que a maioria das capitais brasileiras. Não desconhecemos os sacrifícios suportados até aqui, e a exaustão causada pelas medidas de restrição. Por isso avançamos para construção de um modelo de convivência com o vírus, que só será alcançado com o engajamento de todos”, destaca.

De acordo com Miragem, discursos que minimizam o risco da doença ou tentam reforçar uma oposição entre saúde e economia, ‘que não pode existir’, prejudicam o esforço da prefeitura. “O diálogo e as sugestões de todos os setores econômicos são bem-vindas e estão sendo considerados, especialmente para o momento em que se estabeleça o levantamento das restrições. O ideal, agora, contudo, é que pudéssemos contar com toda a energia e disposição para reforçarmos o distanciamento social de modo que, o mais rapidamente possível, possamos avançar no modelo de convivência entre todas as atividades econômicas e sociais e as medidas necessárias para enfrentamento da pandemia”, justifica.

Sobre as reivindicações apresentadas pelo grupo, o secretário descartou qualquer possibilidade de afrouxamento das medidas de isolamento social até encerramento do prazo de 15 dias das últimas restrições. “Todo nosso esforço é para que as restrições sejam observadas e consigamos atingir o objetivo de alcançar a meta de distanciamento social. Mas todas as sugestões são examinadas para a retomada das atividades”, completa.

Correio do Povo/Felipe Samuel




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