Presidente venezuelano classificou manifestantes como traidores
O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, pediu nesta quinta-feira às Forças Armadas que lutem contra “qualquer golpista”, após uma insurreição militar fracassada liderada pelo líder da oposição Juan Guaidó. “Sim, estamos em combate para desarmar qualquer traidor, qualquer golpista”, disse Maduro em ato com milhares de soldados, transmitidos pela televisão, em que o alto-comando militar reiterou sua lealdade.
Repetindo o slogan “sempre leal, traidores nunca”, o presidente assinalou que não deve haver medo frente a obrigação de desarmar as conspirações da oposição e os Estados Unidos. “Ninguém pode ter medo, é hora de defender o direito à paz”, disse ele na cerimônia em que – segundo o governo – 4,5 mil soldados estavam presentes a chamado de Maduro vem após o levante na terça-feira por um pequeno grupo de soldados sob a liderança de Juan Guaidó.
“A hora de lutar chegou, chegou o momento de dar um exemplo para a história e para o mundo e dizer que na Venezuela há uma Força Armada leal, coesa, unida como nunca antes derrotando tentativas de golpe de traidores que se venderam aos dólares de Washington”, enfatizou Maduro.
Mortos e feridos
Os protestos dessa quarta-feira na Venezuela levaram à morte de uma mulher, depois de, no dia anterior, ter morrido um jovem em Aragua. O segundo dia consecutivo de manifestações teria ainda deixado quase 50 pessoas feridas mas, de acordo com o Serviço Municipal de Saúde, todas estão fora de perigo.
Jurubith Rausseo, de 27 anos, morreu numa clínica depois de ter sido atingida na cabeça por uma bala durante os protestos. A informação é da organização não governamental Observatório Venezuelano de Conflito Social. Juan Guaidó confirmou essa morte em sua página no Twitter.
Invasão
A casa do líder opositor venezuelano Leopoldo López foi invadida em Caracas, segundo uma denúncia feita pela esposa dele, Lilian Tintori. Ela esta refugiada com o marido na embaixada da Espanha desde terça-feira, após a tentativa frustrada de rebelião militar contra o governo de Nicolás Maduro.
“Entraram em nossa casa, como delinquentes, sem ordem de busca e sem a nossa presença. Destruíram a casa e roubaram nossas coisas”, disse. “Não sabemos qual era a intenção. Já sabiam que nem Leopoldo, eu, nem meus filhos estávamos em casa”, completou.
Correio do Povo