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domingo 20 abril 2025
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Maduro amplia fechamento de fronteira com Colômbia e manda mais militares

Crise entre Caracas e Bogotá já afetou dezenas de milhares de habitantes entre os dois países

Maduro amplia fechamento de fronteira com Colômbia e manda mais militares | Foto: AFP / CP

                                     Foto: AFP / CP
O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, ordenou na noite desta segunda-feira o fechamento de um novo trecho da fronteira com a Colômbia e o envio de mais 3 mil militares para a região. Apesar disso, ele anunciou que aceita a mediação de Brasil e Argentina na crise.

De acordo com o governo de Bogotá a crise na fronteira afetou quase 14 mil colombianos, incluindo 1.443 deportados da Venezuela, enquanto os demais fugiram pelo temor de uma expulsão sem suas famílias, ou pertences. Colômbia e Venezuela compartilham uma fronteira porosa de 2.219 km, com denúncias de uma intensa atividade de grupos criminosos que lucram com o contrabando de combustível e outros produtos altamente subsidiados pelo governo de Caracas.

Em uma reunião com os ministros no Palácio de Governo, transmitida pela televisão, Maduro afirmou que o presidente colombiano, Juan Manuel Santos, deve aceitar um diálogo sobre a situação fronteiriça. Embora tenha declarado que está disposto a “apertar a mão” do colega, Maduro anunciou o aumento do número de militares em três municípios do estado de Zulia, além do fechamento da importante passagem de Paraguachón, no extremo norte da fronteira entre os dois países.

“Decidi proceder ao fechamento da passagem fronteiriça de Paraguachón, no estado Zulia”, afirmou Maduro, ao mesmo tempo em que declarou estado de exceção nos municípios de Mara, Guajira e Almirante Padilla. Nesta terça, o vice-presidente venezuelano, Jorge Arreaza, informou que a zona de Paraguachón permanece em “total tranquilidade” desde o anúncio e acrescentou que as autoridades permitirão a livre circulação pela fronteira dos wayuú, a tribo indígena que habita a região.

No estado venezuelano de Táchira, também na fronteira com a Colômbia, cerca de 5 mil homens já estão presentes desde meados de agosto, quando Maduro ordenou o fechamento unilateral da fronteira. Caracas justificou a decisão do primeiro fechamento, ao alegar um ataque sofrido por militares venezuelanos durante uma operação de combate ao contrabando. Maduro atribuiu a ofensiva a “paramilitares colombianos”.

O conflito aumentou quando os dois governos convocaram seus embaixadores para consultas, em meio à troca de acusações de violações dos direitos humanos das pessoas afetadas.

Maduro confirmou que Uruguai e Equador também se ofereceram para facilitar a aproximação e o diálogo entre Caracas e Bogotá em uma crise, durante a qual o presidente venezuelano chegou a mencionar um plano colombiano para matá-lo. Analistas políticos apontam, porém, que a tensão com o país vizinho tem como origem a baixa popularidade, a crise econômica e as pesquisas desfavoráveis ao governo de Nicolás Maduro diante da proximidade das eleições legislativas de dezembro.
Fonte Correio do Povo




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