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quinta-feira 21 novembro 2024
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Livro afirma que Van Gogh cortou a orelha ao descobrir que o irmão iria se casar

Tomado pelo medo de ficar sozinho e sem dinheiro, artista teria se automutilado

Historiador Martin Bailey também traçou suposto paradeiro da cama pintada em

Historiador Martin Bailey também traçou suposto paradeiro da cama pintada em “Quarto em Arles” | Foto: Molly Riley / AFP / CP

Mais de 125 depois da morte do pintor holandês Vincent Van Gogh, as teorias sobre o que teria levado o artista a cortar uma de suas orelhas multiplicam-se. Os rumores passam desde o desespero por não conseguir desenhar na perfeição o órgão no seu autorretrato à crendice popular de que foi sido consequência de uma intensa discussão com o pintor francês Paul Gauguin. De acordo com um novo estudo sobre sua vida, realizado em Provença, na França, Van Gogh o fez porque seu irmão mais novo iria se casar.

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É o que acredita Martin Bailey, historiador de arte e autor do livro “Studio of the South: Van Gogh in Provence”, que será lançado em novembro. O pesquisador realizou um longo inquérito sobre a trajetória do holandês e chegou a conclusão de que o casamento de Theo, irmão mais novo de Van Gogh e também seu maior apoiador financeiro, foi o motivo pelo qual o pintor pós-impressionista cortou parte do órgão. “Ele recebeu uma carta com a notícia no mesmo dia em que brigou com Gauguin. Tomado pelo medo de ficar sozinho e sem dinheiro, somado ao transtorno bipolar, num ato desesperado, ele arrancou um pedaço da orelha”, comenta.

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Além da teoria sobre a mutilação mais famosa do universo artístico, Bailey traçou o paradeiro da cama pintada por Vincent Van Gogh em 1888, numa das suas obras mais conhecidas, “O Quarto em Arles”. “Os dois travesseiros na pintura indicam que ele tinha esperança de poder, eventualmente, compartilhar a cama com uma mulher”. Em 1980, o artista mandou a peça para Arles, no norte de Paris, onde criou seus últimos trabalhos antes de se matar. Theo morreu no ano seguinte e sua viúva, Johanna Van Gogh-bonger, herdou a cama.

Em 1937, a mulher a teria usado numa pequena pensão que dirigia na cida de Boxmeer, na Holanda. Ela pretendia fazer do local, um museu, mas o prédio foi destruído durante a Segunda Guerra Mundial, e a cama foi doada para um centro de caridade. Bailey foi incapaz de traçar o paradeiro final do objeto, mas acredita na possibilidade de que ela tenha sobrevivido ao tempo. “Permanece a possibilidade intrigante de que a cama ainda sobrevive em Boxmeer, uma testemunha silenciosa da história de Van Gogh”, conclui.

Correio do Povo




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