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sábado 23 novembro 2024
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Lira sobre ruído com Haddad: “Manifestações enviesadas” não contribuem para diálogo

Lira sobre ruído com Haddad: “Manifestações enviesadas” não contribuem para diálogo

Líderes partidários passaram a projetar adiamento da votação do arcabouço fiscal para o fim do mês

Foto: Pablo Valadares/Câmara dos Deputados
O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), afirmou nesta segunda-feira que “manifestações enviesadas e descontextualizadas” não contribuem para o “processo de diálogo” e a “construção de pontes”.
A declaração ocorreu após uma fala do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, sobre o “poder” da Câmara, o que causou incômodo na cúpula da Casa e gerou o cancelamento de uma reunião sobre assunto, prevista inicialmente para esta noite.
No Twitter, Lira também disse que a “formação de maioria política” é uma missão do governo, e não do presidente da Câmara, mas que, mesmo assim, vem se empenhando nesse sentido.
O presidente da Casa ainda afirmou ser equivocada a avaliação de que a formação de consensos no Congresso revela uma concentração de poder “de quem quer que seja”.
“A formação de maioria política é feita com credibilidade e diálogo permanente com os líderes partidários e os integrantes da Casa”, escreveu Lira. “Essa missão é do Governo, e não do Presidente da Câmara, que ainda assim tem se empenhado para que ela aconteça.
Manifestações enviesadas e descontextualizadas não contribuem no processo de diálogo e construção de pontes tão necessários para que o país avance!”, emendou.
Ao citar a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Transição, que liberou espaço no Orçamento para o governo Lula antes mesmo da posse, a reforma tributária e o arcabouço fiscal, o presidente da Câmara disse que a Casa está comprometida com o progresso e o desenvolvimento do País, “independente do governo de ocasião”.
“Todos os projetos de interesse do País são discutidos e votados com toda seriedade e celeridade”, ressaltou Lira.

Após o ruído sobre declarações de Haddad, líderes partidários ouvidos pela Agência Estado avaliaram que a votação das mudanças do Senado no novo arcabouço fiscal devem ficar para o fim do mês.

O cronograma atrapalha os planos do governo, que quer usar a nova legislação para o controle das contas públicas como base para a elaboração do Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA) de 2024, que precisa ser enviado ao Congresso até 31 de agosto.Em entrevista ao jornalista Reinaldo Azevedo, exibida hoje, Haddad disse que a Câmara está com “um poder muito grande” e não pode usá-lo para “humilhar” o Senado e o Executivo. As declarações causaram incômodo na cúpula da Casa, que estranhou a postura do petista, considerado o “principal articulador político” do governo Lula.

O episódio gerou o cancelamento de uma reunião que Lira havia marcado para hoje com as lideranças partidárias, o relator do arcabouço, Claudio Cajado (PP-BA), técnicos da equipe econômica e o próprio ministro da Fazenda.

Haddad negou que tenha agido para criticar a Câmara. O ministro disse que ligou para Lira para esclarecer a situação e recebeu do deputado uma sugestão de declaração pública para evitar ruído.

FONTE Correio do Povo, com AE



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