Lira sobre ruído com Haddad: “Manifestações enviesadas” não contribuem para diálogo
Líderes partidários passaram a projetar adiamento da votação do arcabouço fiscal para o fim do mês
Após o ruído sobre declarações de Haddad, líderes partidários ouvidos pela Agência Estado avaliaram que a votação das mudanças do Senado no novo arcabouço fiscal devem ficar para o fim do mês.
O cronograma atrapalha os planos do governo, que quer usar a nova legislação para o controle das contas públicas como base para a elaboração do Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA) de 2024, que precisa ser enviado ao Congresso até 31 de agosto.Em entrevista ao jornalista Reinaldo Azevedo, exibida hoje, Haddad disse que a Câmara está com “um poder muito grande” e não pode usá-lo para “humilhar” o Senado e o Executivo. As declarações causaram incômodo na cúpula da Casa, que estranhou a postura do petista, considerado o “principal articulador político” do governo Lula.
O episódio gerou o cancelamento de uma reunião que Lira havia marcado para hoje com as lideranças partidárias, o relator do arcabouço, Claudio Cajado (PP-BA), técnicos da equipe econômica e o próprio ministro da Fazenda.
Haddad negou que tenha agido para criticar a Câmara. O ministro disse que ligou para Lira para esclarecer a situação e recebeu do deputado uma sugestão de declaração pública para evitar ruído.