Justiça solta ex-doleiro Youssef pela segunda vez em menos de 24h
Foram duas ordens de soltura e uma de prisão no mesmo dia
Em um dia de reviravoltas para Alberto Youssef, o juiz Eduardo Fernando Appio, da 13ª Vara Federal em Curitiba, decidiu cumprir a decisão de segunda instância e mandou soltar o doleiro, um dos delatores da Operação Lava Jato. Foi a segunda decisão de soltura proferida em menos de 24 horas.
Appio tomou a decisão após o Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4), sediado em Porto Alegre, conceder novo habeas corpus a favor do doleiro. Horas antes, o desembargador Marcelo Malucelli já havia entendido haver ilegalidade na decretação da prisão, ocorrida ontem, e determinado a soltura de Yousseff.
No entanto, Appio decretou nova prisão, mesmo após a primeira ordem do TRF4, alegando que novos documentos justificaram a decisão. Mais tarde, porém, o magistrado da 13ª Vara Federal em Curitiba determinou a soltura do doleiro. Foram três decisões a respeito da liberdade do delator da Operação Lava Jato ao longo desta terça: duas pela liberdade e uma pela manutenção da prisão.
Ao decretar ontem a prisão de Youssef, Appio levou em conta informações prestadas pela Receita Federal sobre o patrimônio do doleiro. De acordo com a decisão, Youssef não devolveu aos cofres públicos todos os valores desviados, além de levar vida incompatível com a “situação da imensa maioria dos cidadãos brasileiros”. Segundo a Receita, ele tentou ainda comprar um helicóptero e um avião.
Defesa
A defesa de Alberto Youssef sustenta que a prisão é ilegal por ter sido decretada de ofício, ou seja, sem requerimento do Ministério Público Federal (MPF).
Além disso, a defesa argumenta que o processo que deu origem à representação fiscal da Receita Federal permanece suspenso e que o doleiro ainda usa tornozeleira eletrônica, o que afasta a necessidade de prisão preventiva.