Empresário prestou novos depoimentos à procuradoria da República, em Brasília
Joesley viajou da China ao Brasil | Foto: Vanessa Carvalho / Brazil Photo Press / AFP / CP
Pivô da maior crise política envolvendo o governo Temer, o empresário Joesley Batista está no Brasil desde o último domingo. Após fechar delação premiada, ele se refugiou na China. Em nota, a assessoria do dono da J&F confirmou que ele não estava em Nova York como se pensava. Seu único destino até então foi a Ásia.
Segundo a nota, Joesley se ausentou do País para proteger sua família, “que sofreu reiteradas ameaças”, desde que ele se tornou colaborador. “Joesley Batista estava na China – e não passeando na Quinta Avenida, em Nova York, ao contrário do que chegou a ser noticiado e caluniosamente dito até pelo presidente da República. Não revelou seu destino por razões de segurança. Viajou com autorização da Justiça brasileira”, disse o comunicado da empresa. Fontes dizem que ele teria cortado o cabelo curto para não ser reconhecido no retorno ao Brasil.
Em mais de um pronunciamento público, Temer chamou Joesley de “falastrão” e provocou: “prejudicou o Brasil, enganou os brasileiros e, agora, está no Estados Unidos”, mencionando passeios pela avenida mais famosa de Nova York.
Reunião
A assessoria também disse que Joesley participou de reuniões de trabalho em São Paulo e, na segunda-feira, esteve em Brasília. Ele recebeu perdão judicial do STF, por isso pode circular livremente.
Na segunda-feira, prestou depoimento na procuradoria da República no DF no âmbito da Operação Bullish, que investiga irregularidades em aportes do BNDES. O depoimento foi autorizado pelo juiz Ricardo Leite. Joesley é investigado em outras frentes, além daquelas que lhe garante perdão judicial.
Essa investigação não tem relação a delação premiada que Joesley fechou com a PGR. Na colaboração, Joesley acusou Temer de receber propina da JBS. O empresário é dono da J&F, que controla a JBS. O Supremo Tribunal Federal (STF) instaurou inquérito contra Temer por suposto crime de corrupção, organização criminosa e obstrução à Justiça.
Correio do Povo
