A vida de Martin Pistorius tem uma reviravolta incrível, digna de filmes de Hollywood.
Hoje, sua experiência pode ajudar a medicina evoluir no tratamento de uma condição complicada: estado vegetativo.
Aos 12 anos, Martin ficou muito doente. Os médicos o diagnosticaram com uma forma grave de meningite.
Os dias passavam e o estado de menino ficava cada vez pior.
Primeiro Martin perdeu os movimentos, depois a capacidade de contato visual e então a fala
Os médicos falaram para os pais, Rodney e Joan Pistorius, leva-lo para casa e deixa-lo morrer em paz
Ele não morreu
Rodney levantava todas as manhãs às 5h para vestir Martin, coloca-lo no carro e leva-lo até o centro médico de cuidados especiais. Oito horas depois Rodney o buscava, dava banho, alimentava e colocava na cama.
O pai ainda colocava um alarme para despertar de 2 em 2 horas para virar Martin na cama, evitando escaras.
A rotina da família era desgastante
Joan revela que chegou a falar para o próprio filho que “esperava que ele morresse”. Assim todos finalmente encontrariam a paz.
O que ninguém sabia era que com 14 anos, após 2 anos em “estado vegetativo”, Martin recuperou a consciência
Sem conseguir se mover ou falar, Martin se sentia preso.
“Eu estava lá, não desde o início, mas depois de dois anos em estado vegetativo comecei a acordar. Tinha consciência de tudo, como uma pessoa normal”, afirmou.
“Todos estavam tão acostumados em não prestar atenção em mim que ninguém notou que comecei a estar presente novamente. A realidade bateu e percebi que passaria o resto da minha vida daquele jeito, totalmente sozinho”, contou.
Tudo o que ele podia fazer na época, ele disse, era “pensar”, mas seus pensamentos se tornaram muito obscuros, que o melhor foi deixar de fazê-lo
“Você simplesmente existe. É um lugar muito escuro para se encontrar, porque, de certa maneira, você está permitindo a si mesmo a se esvair”, lembrou.
Finalmente aos 24 anos o cérebro de Martin voltou a funcionar completamente
Assim ele conseguiu fazer contato com o mundo ao seu redor e foi se recuperando aos poucos. Hoje, aos 39 anos, ele conta sua história no livro Ghost Boy.
Lá tem passagens que ele revela como foi os momentos que passou durante esses 12 anos preso em seu próprio corpo. Inclusive revela como se sentiu quando ouviu sua mãe dizer que esperava que ele morresse.
“Com o passar do tempo eu entendi o desespero da minha mãe. Toda vez que ela olhava para mim, ela só via uma piada cruel da criança saudável que ela mais amou”.
Vamos torcer para que o caso de Martin possa ajudar a medicina avançar em casos de estado vegetativo.