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sexta-feira 22 novembro 2024
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Governo demite José Mauro Coelho da presidência da Petrobras e indica Caio Mario Paes de Andrade

José Mauro Ferreira Coelho foi o terceiro a chefiar a estatal; demissão ocorre por causa de reajuste nos combustíveis

Coelho tomou posse como presidente da Petrobras no dia 14 de abril

Coelho tomou posse como presidente da Petrobras no dia 14 de abril 

Empossado há pouco mais de um mês, o químico José Mauro Ferreira Coelho foi demitido do cargo de presidente da Petrobras nesta segunda-feira. Caio Mario Paes de Andrade é o indicado para substituí-lo. Coelho tomou posse como presidente da Petrobras no dia 14 de abril – o químico foi o terceiro a ocupar o posto na estatal durante o governo Bolsonaro, depois de Joaquim Silva e Luna e Roberto Castello Branco.

O químico deixou o comando da estatal pelos mesmos motivos que seus antecessores: os reajustes feitos nos preços dos combustíveis, que têm irritado Bolsonaro no ano em que o presidente busca a reeleição. No início deste mês, sob a chefia de Coelho, a empresa anunciou aumento de 8,8% do diesel nas refinarias – o litro passou de R$ 4,51 para R$ 4,91. Bolsonaro é crítico da política adotada pela Petrobras, a PPI (Paridade de Preços Internacional), que faz com que o preço da gasolina, do etanol e do diesel acompanhe a variação do valor do barril de petróleo no mercado internacional.

Em sua primeira videoconferência realizada com acionistas, Coelho defendeu a atual política de preços dos combustíveis. “Não podemos nos desviar da prática de preços de mercado”, disse o então presidente. Durante a tradicional live de quinta-feira recentemente, Bolsonaro subiu o tom e afirmou que o lucro de R$ 44 bilhões obtido pela empresa no primeiro trimestre deste ano era um “estupro” e pediu reiteradamente que a estatal não promovesse reajustes.

O presidente recusou comentar em 15 de maio, uma eventual troca no comando da estatal e disse que a medida cabe ao ministro de Minas e Energia. “Pergunta para o Adolfo Sachsida. Ele é o ministro de Minas e Energia e trata disso. E eu deixo bem claro que todos os meus ministros, sem exceção, têm carta branca para fazer valer aquilo que achar melhor para o seu ministério”, disse.

Um dia depois, durante conversa com apoiadores, o presidente contou, sem dar mais detalhes, que tinha “mais coisa para acontecer” na estatal. “Eu faço a minha parte. Todo mundo tem que colaborar, não é ganhar mais dinheiro na crise. É o que infelizmente alguns setores fazem, como a própria Petrobras. ‘Ah tem o estatuto’. O estatuto está acima da lei, não está acima da Constituição. Então, tem o fim social da empresa”, defendeu.

Recentemente, o governo acionou o Supremo Tribunal Federal (STF) contra as políticas estaduais para cobrança do Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) sobre o diesel. O ministro André Mendonça, indicado à Corte por Bolsonaro, atendeu ao pedido de medida cautelar e derrubou as medidas tomadas pelos estados.

Na tentativa de driblar a eventual rejeição do eleitorado com a escalada do preço dos combustíveis, o novo ministro de Minas e Energia, em sua primeira medida no cargo, pediu estudos para a privatização da Petrobras e do Pré-Sal. O ministro Paulo Guedes, da Economia, anunciou que dará andamento no projeto, que tem o objetivo de ampliar a concorrência no setor de combustíveis.

Correio do Povo




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