Decisão surge dias após ter fracassado a primeira tentativa de compra via pregão eletrônico
A Secretaria de Comércio Exterior (Secex) do governo federal decidiu proibir a exportação de seringas e agulhas diante da necessidade de vacinar os brasileiros contra a Covid-19. De acordo com o órgão, a venda dos produtos para o exterior passa a exigir “licença especial”.
A decisão surge dias após ter fracassado a primeira tentativa do governo de comprar os materiais em um pregão eletrônico. No leilão, o Ministério da Saúde só conseguiu oferta para adquirir 7,9 milhões das 331 milhões de unidades necessárias para vacinar a população.
A Associação Brasileira da Indústria de Artigos e Equipamentos Médicos e Odontológicos (Abimo) sustenta que os preços apresentados pelo governo para a compra de agulhas e seringas é muito baixo. A entidade cobra um “preço realista” para vender os materiais e revela o ministério ofereceu R$ 0,13 por seringa quando as companhias pediam entre R$ 0,22 e R$ 0,48.
A associação lembrou, durante a semana, que alerta o Ministério da Saúde desde julho sobre a necessidade de planejar a compra dos materiais para a vacinação. A previsão do ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, é iniciar a imunização contra a Covid-19 no Brasil entre o fim de janeiro e início de fevereiro.
Diante do impasse, alguns Estados já correm atrás dos materiais para garantir a imunização. São Paulo informou ter adquirido 71 milhões de seringas e agulhas para aplicação da vacina durante a campanha prevista para começar em 25 de janeiro. Outros Estados, no entanto, dependem da aquisição e distribuição dos produtos pelo governo federal.