Ministro do STF explicou que somente Câmara e Senado podem afastar presidente
Gilmar Mendes não vê razão para impeachment de Dilma | Foto: Dorivan Marinho / STF / CP
O Ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes esteve em Porto Alegre nesta sexta-feira para participar de uma palestra sobre o sistema prisional brasileiro. Após o evento realizado na zona Sul da Capital, Mendes falou sobre a possibilidade de impeachment da presidente Dilma Rousseff por conta dasmanifestações programadas para domingo e da crise que o Brasil atravessa. Na avaliação do ministro, não há razão para a saída da chefe de Estado.
“Não vou falar sobre o impeachment porque tem que haver uma denúncia e ela tem que ser aceita por dois terços da Câmara dos Deputados. É uma situação extrema e, como disse o Fernando Henrique (ex-presidente), é uma bomba atômica. Este juízo tem que ser feito no âmbito político, mas eu não vejo razão para isso”, explicou Mendes em entrevista coletiva.
Mendes ainda recordou o episódio em que Fernando Collor deixou a presidência no começo dos anos 90, explicando que a saída do então presidente foi motivada por duas situações. “Em geral, não bastam os fatos como crime de responsabilidade, o que foi decisivo naquela época foi que não havia governabilidade. Então associou-se a prática de atos com a falta de administração”, argumentou. “De qualquer maneira, quem tem competência para avaliar isso é o Congresso, através da Câmara e do Senado”, acrescentou.
Reforma Política
Gilmar Mendes considera a reforma política um tema complexo, que pode começar a ser resolvido com a diminuição de partidos. “Temos vários problemas e um deles é o número imenso de partidos, o que dificulta a governabilidade. Ter uma base, fazer uma coalizão com 27, 28 siglas é algo impossível. Imagino que podemos e devemos fazer esta reforma. O modelo eu não sei”, resumiu.
Para Mendes, o financiamento de campanhas precisa ter um teto. Segundo o magistrado, a campanha de Dilma Rousseff gastou quase R$ 400 milhões, sendo que R$ 80 milhões foram destinados ao publicitário João Santana. “Seria tão difícil começar uma reforma pela propaganda, com o Congresso dizendo o que vai ser do horário gratuito? Candidato, microfone, câmera e pronto”, finalizou.
Fonte Correio do Povo.