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quarta-feira 4 dezembro 2024
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GAECO/MPRS combate facção que ameaçava e atribuía falsos delitos a policiais militares que atuavam na repressão de criminosos

O Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado do Ministério Público do Rio Grande do Sul (GAECO/MPRS) deflagrou nesta terça-feira, 3 de dezembro, a Operação Centauro no Norte do Estado contra uma organização criminosa responsável por tráfico de drogas, porte e posse de armas de fogo, homicídios, denunciação caluniosa e lavagem de dinheiro na região. A facção tinha como forma de agir o uso de pessoas vinculadas a ela para fazer falsos comunicados de delitos e infrações disciplinares contra policiais militares de Ronda Alta que atuavam justamente na repressão dos criminosos.

Além da coação às autoridades policiais e demais crimes, os integrantes deste grupo também têm como prática ameaçar os PMs e suas famílias, mediante emprego de violência, e também a população em geral de várias cidades. Foram cumpridos 14 mandados de prisão e 29 de busca e apreensão em Ronda Alta, Passo Fundo, Palmeira das Missões e Sarandi. A Justiça ainda autorizou o bloqueio de 25 contas bancárias, incluindo de laranjas. Uma destas contas, em apenas quatro meses entre os anos de 2022 e 2023, movimentou R$ 1,9 milhão.

O coordenador do GAECO no Estado, promotor de Justiça André Dal Molin, destaca que “o GAECO tem preocupação redobrada em combater facções criminosas que atentem contra integrantes das instituições públicas de segurança, agindo com rigor nesses casos”. O responsável pela investigação e operação, promotor de Justiça Manoel Antunes, que está coordenando os 6º e 7º Núcleos Regionais do GAECO – Missões e Planalto, explica que “essa prática de rotular quem atua no combate à criminalidade como abusivo, autoritário e praticante de atos ilegais é, ao mesmo tempo, estratégia para dissuasão e inibição do exercício da autoridade do Estado, bem como, de defesa antecipada que tem por objetivo refrear a atuação dos agentes públicos que investigam crimes. A operação de hoje é a demonstração de que o MPRS está atento e ciente, além disso, afirma que acusações falsas serão duramente combatidas”.

Também participaram da operação os promotores de Justiça Diego Pessi, Rogério Caldas e Maristela Schneider. O MPRS contou com apoio da Brigada Militar e da Superintendência dos Serviços Penitenciários (Susepe), já que cumpre mandados judiciais em três casas prisionais.

COAÇÃO E TRÁFICO DE DROGAS

A investigação teve início com uma comunicação de ocorrência e pedido de providências encaminhados ao GAECO pela Corregedoria-Geral da Brigada Militar pelo fato de que PMs estavam sendo coagidos. O objetivo era prejudicar ações ostensivas, principalmente em pontos de tráfico que a facção mantém na região de Ronda Alta. Pelo menos dois policiais militares foram coagidos com as falsas comunicações de delitos e infrações que levaram a instauração de processos disciplinares de atos que não ocorreram. Em relação ao tráfico em si, a facção, vinculada a uma das maiores organizações criminosas do Estado, é comandada de dentro de presídios e se divide em vários núcleos. Por exemplo, um dos líderes é responsável por gerenciar diversos estabelecimentos comerciais usados como pontos de venda de entorpecentes.

LAVAGEM DE DINHEIRO

O grupo criminoso ainda tem um dos núcleos como responsável pela movimentação financeira, lavagem de dinheiro e ocultação de bens. Segundo o promotor Manoel Antunes, uma das práticas é a movimentação fragmentada de valores. Desta forma, depois de passar por várias pessoas físicas ou jurídicas, o dinheiro chega à cúpula da facção. Ao todo, 32 pessoas foram investigadas, das quais 25 delas tiveram as contas bancárias bloqueadas, sendo que a Justiça deferiu o sequestro de até R$ 2 milhões de cada uma das contas. Além disso, dos 14 investigados com prisão decretada, nove seguiam no sistema prisional cometendo os crimes apurados na Operação Centauro.




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