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sexta-feira 22 novembro 2024
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Filme gaúcho “Rifle” é selecionado para o Festival de Cinema de Berlim

Dirigido por Davi Pretto, longa será apresentado na seção “Fórum: Realista e surreal”

Longa mostra a luta entre pequenos proprietários e grandes fazendeiros no interior do Rio Grande do Sul | Foto: Divulgação / CP

Longa mostra a luta entre pequenos proprietários e grandes fazendeiros no interior do Rio Grande do Sul | Foto: Divulgação / CP

Vencedor do prêmio de melhor roteiro e de melhor som do último Festival de Brasília, além do prêmio de melhor longa-metragem pelo Prêmio Abraccine, o filme gaúcho “Rifle” vai expandir suas fronteiras e integrar a seção “Fórum: realista e surreal” do Festival de Cinema de Berlim. Dirigida por Davi Pretto, a produção, uma espécie de “Velho Oeste dos tempos modernos”, é um dos 43 selecionados para este programa, que tem foco em projetos de observação de longo prazo e títulos que empregam abordagens participativas, narrativas, ensaística, etnográfica, política e experimental.

De acordo com a organização da Berlinale, “estas são juntas por várias formas híbridas que não podem ser claramente categorizadas como ficção ou não-ficção”. Além disso, nos trabalhos da mostra Fórum, a paisagem, raramente relegada ao status de pano de fundo, assume com frequência um papel de liderança. É justamente o caso de “Rifle”, que coloca os holofotes sobre o campo e as relações do homem com a terra.

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Na película, rodada no interior do Rio Grande do Sul, permanecer no campo é um ato de resistência. Não bastasse o êxodo que atraiu a maioria dos moradores para as cidades, a invasão persiste na tentativa dos grandes agricultores de adquirirem pequenas propriedades e mecanizarem toda a produção. Assim, a produção companha a realidade de uma estância rural que será palco de uma luta armada por posse.

A violência se espalha pelo local quando um fazendeiro rico esboça o desejo de comprar um pequeno pedaço de terra, mas esbarra pelo faz-tudo do local, Dione – assim como os outros persongens, ele é interpretado por atores não-profissionais. O caseiro vai reagir ao assédio do potencial comprador com a arma do título. A narrativa, baseada em um processo observacional minucioso, cria um clima sufocante de tensão.

O filme partiu de um roteiro ficcional antes de encontrar o elenco e as locações. Para dar mais veracidade aos fatos e à vida rural, o diretor morou na casa dos atores escolhidos durante a pesquisa para o trabalho. Nessa convivência, percebeu que alguns diálogos e ações poderiam ser adaptados, assim como novos personagens poderiam ser insiridos na trama. “Eu tinha ideias novas e trazia elas para o Richard (Tavares, corroteirista), e nisso fomos reescrevendo o roteiro, em um processo longo, já que foram cerca de cinco anos do início do projeto até as filmagens”, comenta. Assim, Pretto mesclou sua ficção com a realidade dos moradores locais.

Correio do Povo




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