Uma nova geração de trigos precoces
Cultivares com ciclos mais curtos permitem o implemento de cultura intercalar, como o nabo forrageiro, entre soja e trigo. Novas opções para o inverno serão apresentadas durante a Expodireto Cotrijal, entre 5 e 9 de março
A pesquisa, através do melhoramento genético aumentou a produção de trigo nos últimos anos. Desenvolveu uma ampla linha de cultivares de trigo que permitiram que o produtor possa ter um melhor aproveitamento da área em sua propriedade e, por consequência, maior produtividade e rendimento. Entre as novidades apresentadas nesta safra, estão dois trigos com ciclos menores, mais resistentes às condições ambientais, com maior potencial de produtividade e qualidade e, ainda, opções de trigos específicos para alimentação de gado de leite e de corte. As novidades serão apresentadas na Expodireto Cotrijal, que acontece entre 5 e 9 março, em Não-Me-Toque/RS, pela Biotrigo Genética.
No Rio Grande do Sul semeia-se trigo entre o final do outono e o início do inverno. A média do ciclo de desenvolvimento da cultura é 145 dias. Porém, com cultivares específicas que se desenvolvem em ciclos menores, a semeadura pode ser tardia, ou ainda, a colheita pode ser antecipada em até 20 dias, beneficiando a semeadura das culturas de verão. O produtor de trigo de São Borja/RS, Albano Antônio Strieder, é um defensor dos trigos precoces porque ocupam a área cultivada por um menor período, o que significa para ele ganho de tempo e de área cultivada. “Isso significa que em 100 dias podemos ter um grão pronto para venda, enquanto que em outras cultivares de ciclo mais longo teremos o grão pronto para venda em 120 ou 140 dias. Isso representa dinheiro no bolso mais rápido”. Na região da fronteira oeste do estado, as cultivares precoces podem fazer a diferença no sistema de rotação de culturas como alternativa após nabo em final de junho, liberando a área mais cedo para o cultivo de soja. “O que eu vejo de mais importante é a possibilidade de entrar como cultura intermediária entre a colheita de soja em março/abril e o plantio do milho em início de setembro nas áreas de pivô central, finaliza Albano.
O gerente comercial da Biotrigo, Lorenzo Mattioni Viecili, explica que o TBIO Sonic é um trigo melhorador, com ciclo aproximadamente 20 dias mais curto que o TBIO Toruk. Esta vantagem permite fazer a semeadura mais tarde e ter uma cultura intercalar, entre soja-trigo, como por exemplo o nabo forrageiro, e fazer biomassa e reciclagem de nutrientes. Além da superprecocidade, a cultivar também têm como características o alto vigor de planta, a produtividade e a resistência à diversas doenças, incluindo o ótimo nível de resistência à brusone.
Já a cultivar TBIO Audaz, é um trigo melhorador de ciclo precoce. No Estado, o material se desenvolve num ciclo que pode ser reduzido em 10 dias em relação ao TBIO Toruk entre a semeadura e a colheita. “Possui ótima força de glúten para panificação e no campo a cultivar apresenta boa resistência às principais doenças do trigo, como o complexo de manchas foliares, mosaico, brusone, giberela e bacteriose, além do alto teto produtivo”, explica o engenheiro agrônomo. Em 2018, ambas as cultivares entram para multiplicação e, em 2019, os agricultores terão acesso a semente certificada podendo semear em suas propriedades.
Trigo no cocho
A nova opção de cultivar de trigo, inédita para a dieta animal pela sua ausência de aristas na planta, traz diversos benefícios ao pecuarista, como o aproveitamento do período do inverno para produção do alimento, a alta produtividade, o fácil manejo, facilitado os ganhos na produção de leite e de carne. Na dieta, as vantagens com a silagem de trigo são nutricionais: possui alto teor de energia, amido, açúcares, proteína, promovendo uma resposta rápida em produção. Segundo o zootecnista da Biotrigo, Ederson Luis Henz, o TBIO Energia I e o TBIO energia II são opções de cultivares exclusivas para silagem e pré-secado e o diferencial entre elas é o tempo de cultivo e a região a ser semeada. “O TBIO Energia I, que já está disponível no mercado em 2018, e é indicado para o Rio Grande do Sul, Santa Catarina e sul do Paraná. Possui ciclo médio, porém seu corte é precoce, o que permite também a antecipação da cultura sucessora de verão e a produção de alimento para serem ofertados durante os períodos do ano de maior escassez, suprindo o déficit de forragem causada por uma frustração na safra de milho”, ressalta.
Expodireto
As inovações serão apresentadas pela Biotrigo Genética durante a Expodireto Cotrijal. Atualmente, a empresa com capital exclusivo nacional é responsável pela genética de mais de 70% dos trigos cultivados no Brasil. Segundo Lorenzo, o objetivo de levar as últimas inovações tecnológicas de trigo para o produtor e visitante do evento é auxiliar na tomada de decisão do agricultor por melhores práticas agrícolas. “Vamos levar até o produtor rural informações de como o trigo pode maximizar os resultados da propriedade com novos níveis de produtividade, qualidade industrial e produtividade, reduzir os custos de produção da soja e, ainda, melhorar os aspectos físico e químicos do solo, através da rotação de culturas”, finaliza o gerente. O estande da Biotrigo está localizado na Avenida B – área de produção vegetal do parque de exposições.
Fotos: Divulgação Biotrigo