Esposa do ex-presidente Lula não resistiu ao AVC sofrido no dia 24 de janeiro
Esposa do ex-presidente Lula não resistiu ao AVC sofrido no dia 24 de janeiro | Foto: Fábio Pozzebom / ABr / CP Memória
Após dez dias de internação, a ex-primeira-dama do país, Marisa Letícia Lula da Silva, 66 anos, teve morte cerebral constatada, no Hospital Sírio Libanês, em São Paulo. Marisa Letícia teve uma piora drástica do quadro de saúde durante a noite dessa quarta-feira. A informação foi passada pelo médico Roberto Kalil Filho no saguão do hospital, conforme o jornal Estado de S. Paulo.
Segundo uma pessoa próxima da família, houve aumento da pressão intracraniana e do edema cerebral que ela teve em decorrência do derrame hemorrágico que sofreu em janeiro último. No início da tarde dessa quarta, a equipe que tratava da ex-primeira-dama chegou a se animar com alguns sinais de provável melhora, o que terminou não se confirmando.
Ao longo do dia ela teve diversas ocorrências de vasoespasmos, quando a artéria se fecha e impede o fluxo de sangue na região. Na terça-feira, 31, os médicos haviam cortado os sedativos que deixavam a ex-primeira-dama em estado de coma induzido. Mas, diante da piora do estado de saúde de Marisa a equipe do hospital Sírio-Libanês decidiu coloca-la novamente em coma induzido.
Desde o início da tarde, Marisa passou a sofrer aniscoria, quando as pupilas se dilatam, sintoma de falta de sangue no cérebro.
A mulher do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi internada no Hospital Sírio-Libanês na tarde do dia 24 de janeiro, após ser vítima de um acidente vascular cerebral (AVC). De acordo com o hospital, sua entrada ocorreu por volta das 15h30min daquele dia e desde então esteve internada na Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Em um primeiro momento, ela foi submetida a um cateterismo.
A trajetória da ex-primeira-dama
Marisa Letícia nasceu em uma casa de pau-a-pique, no bairro dos Casa, sobrenome do avô, que tinha um sítio em São Bernardo do Campo. Aos sete anos, mudou para a cidade. A mãe de Marisa, Regina Rocco Casa, era uma famosa benzedeira da região. Do pai, Antonio João Casa, dizem que puxou o gosto pelas plantas, seu hobby predileto.
A ex-primeira-dama trabalhou na fábrica de chocolates Dulcora, onde embalou bombons a partir dos 13 anos. Aos nove, havia sido babá das sobrinhas do pintor Cândido Portinari. Aos 19 anos estava casada. Ficou viúva quando estava grávida de quatro meses do seu filho Marcos. O marido foi assassinado em uma tentativa de assalto. Depois de morar pouco mais de um ano com os sogros, Marisa começou a trabalhar no bar de uma prima, o bar da Dirce. Nessa época, passou a viver com a sua mãe, que morava na mesma rua. Foi nesse período que Marisa teve o primeiro contato com a política. Ajudou na campanha de um vereador da região, que era amigo de Pedro, marido da prima Dirce.
Em 1973, conheceu Lula, quando foi até o sindicato dos metalúrgicos buscar um carimbo para retirar a sua pensão. Foi quando o ex-presidente fez questão de deixar cair sua carteira do sindicato para mostrar que também era viúvo. Os
dois começaram a namorar. Lula ia frequentemente buscá-la no bar. Um ano depois veio o casamento. Lula adotou o filho de Marisa, Marcos, e teve mais outros três com ela.
Dona Marisa e o PT
Marisa Letícia empolgou-se durante a construção do PT. Responsável pelas fichas de inscrição, muitas vezes ela ia cadastrar as pessoas na rua, buscando convencê-las da importância de montar um partido dos trabalhadores. Dizem que é dela a costura da estrela na primeira bandeira do PT.
Correio do Povo