Ex-ministro de Bolsonaro, general Heleno é intimado a depor sobre espionagem ilegal
Militar chefiou o Gabinete de Segurança Institucional, que tinha Abin sob a estrutura
A suspeita é de monitoramento ilegal de autoridades brasileiras, jornalistas e advogados, esquema que começou a ser investigado em 2023. Entre os monitorados ilegalmente, estariam os ministros do STF Gilmar Mendes e Alexandre de Morais, além de Rodrigo Maia, ex-presidente da Câmara dos Deputados.
Nessa segunda-feira (29), nove mandados de busca e apreensão foram cumpridos. O foco foi o vereador pelo Rio de Janeiro Carlos Bolsonaro. O celular dele e pelo menos três computadores foram apreendidos.
A Polícia Federal encontrou uma troca de mensagens no celular de Alexandre Ramagem, ex-diretor-geral da Abin, entre ele e Luciana Almeida, assessora do vereador Carlos Bolsonaro, em que ela pedia “ajuda” relacionada a um inquérito policial relacionado à família Bolsonaro.
Segundo a corporação, as mensagens indicam que “o núcleo político [do esquema] possivelmente se valia de Ramagem para obtenção de informações sigilosas e/ou ações ainda não totalmente esclarecidas”.
A operação da PF, que também mirou o militar do Exército Giancarlo Rodrigues, cedido à Abin durante o governo Bolsonaro, apura os destinatários das informações obtidas a partir do suposto esquema de monitoramento ilegal com sistemas da agência. Um computador que pertence à Abin foi apreendido durante a operação da Polícia Federal no endereço de Rodrigues. A esposa dele, que não é alvo da operação, é servidora da Abin em Salvador.
Segundo a PF, a nova operação avançou na apuração justamente desse núcleo político do suposto esquema, identificando os principais destinatários e beneficiários das informações produzidas ilegalmente.