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domingo 24 novembro 2024
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Especialistas defendem a bioenergia como ferramenta de longevidade

Juntamente com gás natural, tema esteve nos debates do segundo dia do especial sobre Energias Renováveis do Correio do Povo e Rádio Guaíba

Evento entra hoje em seu terceiro e último dia de discussões, e vai abordar energias solar, hídricas e alternativas entre 16h e 17h30min

| Foto: Jonathas Costa / Especial / CP

Evento entra hoje em seu terceiro e último dia de discussões, e vai abordar energias solar, hídricas e alternativas entre 16h e 17h30min

Levando para o centro da discussão as bioenergias e o gás natural, ocorreu nesta quinta-feira o segundo encontro virtual do especial “Debates Energias Renováveis”, promovido pela Rádio Guaíba e jornal Correio do Povo. Mediado pelo jornalista Guilherme Baumhardt, o evento foi transmitido ao vivo pela rádio e pelas redes sociais do jornal e da emissora.

Como convidados, participaram o diretor comercial da empresa BSBios, Leandro Luiz Zat, o gerente de Grandes Consumidores da Companhia de Gás do Estado do Rio Grande do Sul (Sulgás), Cristiano Rickmann, o diretor do Sindicato da Indústria de Energias Renováveis do RS (Sindienergia-RS), Antônio Leão, e o diretor do Grupo Granja Carpenedo, Felipe Carpenedo.

Diretor de empresa produtora de biodiesel, Leandro Zat destacou o protagonismo das energias renováveis no país. “Aqui, 44% do que é consumido vem de fontes renováveis. No mundo é 14%, quer dizer que temos uma liderança mas podemos fazer mais”. Ele reiterou a importância do trabalho em cadeia que é realizado junto ao agronegócio, o que beneficia o consumo do que vai à mesa do cliente: “Um exemplo de matéria-prima está nas gorduras animais. Somente em 2020 a nossa empresa processou 150 mil toneladas. Temos a agregação de valor do farelo que vai para as granjas que abatem o suíno e, a partir daí, uma quantidade de graxa que retorna para as usinas”.

Zat lembrou que o biodiesel tem uma participação de 40% para agricultores familiares na região Sul. Para ele, uma reforma tributária seria “fundamental”. “Até o final de maio, trabalhamos para pagar os impostos do ano. Mas com as energias renováveis encontramos soluções que darão longevidade ao ciclo de vida para as futuras gerações”, opina.

Se contar apenas o gás natural, a participação na matriz energética do Brasil é de 10%. O engenheiro Cristiano Rickmann, no entanto, acredita que a tendência, em pouco tempo, é ver este número aumentar: “Estamos chegando a mais cidades. Por exemplo, a Sulgás iniciou a construção do primeiro ramal de distribuição canalizada de gás natural em Gramado. Em 2022, já estará disponível aos clientes”. Segundo o diretor da companhia, é uma grande oportunidade comercial para utilização do biometano.

“Quando for produzido, já vai haver um mercado para ele, aberto pelo gás. Inclusive, houve uma chamada pública em 2020 para compra de biometano”, acrescentou. Rickmann ressalta que o RS pode ser um polo de gás natural e biometano. “Uma das formas para isso é trazendo infraestrutura, como a Sulgás, que é superavitária, fez, investindo R$ 50 milhões por ano”.

Antônio Leão enfatizou o papel do Estado enquanto fonte de energias renováveis. “Somos privilegiados, só precisamos criar um ambiente favorável para atrair investimentos. Nosso caminho crítico é o licenciamento ambiental. Avançamos neste quesito, mas já se levou até dez anos para liberar uma usina, mesmo pequena. Isso espanta investidores”, pontuou o diretor do Sindienergia-RS. Ele citou como exemplo positivo a Usina Termelétrica de São Sepé, que produz energia utilizando mais de 70 mil toneladas/ano de casca de arroz, gerando 8 megawatts. “Nosso estado é rico, se soubermos aproveitar o potencial, ainda seremos exportadores de energia elétrica”, assinalou.

O diretor da Granja Carpenedo relembra uma figura de linguagem de seu avô para explicar as potencialidades das energias renováveis. “Ele dizia que, do suíno, só não se utiliza o grito. A cadeia é muito longa. O Brasil lidera exportações de grãos, avicultura, suinocultura e o biodiesel contribui com isso”, enfatiza Felipe Carpenedo. Ele lembrou que o biometano já passa pela rede de gás na Alemanha e tem funcionado. “Se todos os produtores reduzirem os seus custos, o Brasil aumenta a sua potência. Conseguimos, na granja, tropicalizar uma usina de biodigestores, o que antes só seria possível trazer da Europa”, relata. “É gigantesco, só precisamos mostrar nossa produção e execução”, observa.

Hoje, a partir das 16h, será transmitido o último painel do especial “Debates Energias Renováveis”, abordando as energias solar, hídricas e alternativas.

Os convidados são o superintendente executivo da Unidade de Produtos de Desenvolvimento e Microcrédito do Banrisul, Ivair Damiani, o gerente de Desenvolvimento de Negócios de Energia da Braskem, Robson Casali, o presidente da Associação Gaúcha de Fomento às Pequenas Centrais Elétricas e Hidroelétricas (AGPCH), Roberto Zuch, e o consultor em tecnologia e sustentabilidade energética e diretor da empresa Useful Percentage lda, Neuto Jordano Marques.

Correio do Povo




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