Jornalista teria denunciado caso com base em fontes testemunhais

Cristina Seguí ganhou popularidade por ter sido uma das fundadoras do partido Vox. Acervo Pessoal/Reprodução

A jornalista espanhola Cristina Seguí, que acusa partidos de esquerda de diversos países e o Foro de São Paulo de envolvimento com facções criminosas, alega que não pode divulgar provas da denúncia para manter a segurança das fontes. Em entrevista ao Agora, da Rádio Guaíba, nesta terça-feira (12), ela enumerou supostas fontes testemunhais do conteúdo que compartilha nas redes sociais.

“Há também outras fontes, que eu cultivo e preciso garantir integridade física para eles e suas famílias. Não posso dizer quais são, mas são nomes por trás das coisas que estão saindo. As informações não implicam somente a políticos brasileiros. Todas as provas materiais que eu tenho são nomes, que serão revelados em momento oportuno”, disse a jornalista, na língua do seu país de origem.

O esquema – que teria braços em países como Brasil, Argentina, Peru, Venezuela, Portugal e Espanha – voltou à pauta após a prisão do general venezuelano Hugo Carvajal, antigo chefe dos serviços de inteligência do país no governo de Hugo Chaves.

O militar é acusado pelos Estados Unidos de ter se envolvido com o narcotráfico a partir das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc).

Seguí, que ganhou popularidade por ter sido uma das fundadoras do partido conservador Vox, na Espanha, diz que o governo do país e personalidades da esquerda ajudaram a esconder Carvajal.

De acordo com a jornalista, que abandonou a plataforma que ajudou a criar após desavenças de cunho político, esta seria uma das evidências dos delitos atribuídos ao Foro de São Paulo.

“Não estamos falando somente do problema do Brasil, nem da Espanha, nem de Portugal, nem do Peru. Falamos de um esquema global, articulado por uma quadrilha de criminosos chamada de Foro de São Paulo. Ele é comandado pelo comunismo, narcotráfico e crime organizado fundado por (Fidel) Castro e Lula”, opina a entrevistada, ao citar nominalmente o falecido governante cubano e o político brasileiro.

Dentre as suspeitas levantadas pela denunciante, está a de criação de um centro de estudos políticos e sociais em Valência. Para Cristina, o local foi usado para receber e repassar dinheiro do narcotráfico aos “regimes comunistas”. Entretanto, até o momento, nenhum documento referente às investigações conduzidas pela jornalista, que não atua em nenhum veículo de imprensa, foi divulgado ao público.

Contraponto

Em nota assinada pela secretária executiva Monica Valente, o Foro de São Paulo refutou as acusações e negou qualquer envolvimento com esquemas criminosos internacionais. A entidade garante que “não tem e nunca teve qualquer relação com o crime, o tráfico ilegal, grupos armados ou milícias”. O grupo encerra o comunicado acusando Cristina Seguí de ter sido processada por espalhar notícias falsas contra adversários políticos na Espanha.

FONTE Rádio Guaíba