Novo chanceler projetou posições de “força” nas relações exteriores e se alinhou às políticas dos EUA
Novo chanceler projetou posições de “força” nas relações exteriores e se alinhou às políticas dos EUA | Foto: Sérgio Lima / AFP / CP
O ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, afirmou nesta quarta-feira, ao assumir o cargo, que pretende implementar uma política comercial “adequada aos dias de hoje” e não presa ao “globalismo para agradar” outras nações. “Os acordos comerciais que o Brasil acertou no passado ou que ainda está discutindo partem de um princípio de submissão. Devemos negociar (com outros países) a partir de uma posição de força”, frisou. “O Itamaraty voltou porque o Brasil voltou.”
Ao defender uma diplomacia brasileira preocupada com questões nacionais e contra o globalismo, Araújo disse que admira o “exemplo de Israel, que nunca deixou de ser nação mesmo quando não tinha solo”. Daí adiante, citou os Estados Unidos, do presidente Donald Trump, e os países latino-americanos que, segundo ele, se “livraram do Foro de São Paulo”. O novo chanceler disse também admirar a “luta do povo venezuelano contra a tirania de (Nicolás) Maduro”.
Araújo disse admirar ainda as chancelarias italiana, húngara e polonesa. Os três países têm em comum o fato de ter tido uma guinada à extrema-direita nos últimos anos. “Nós admiramos aqueles (países) que se afirmam”, comentou.
Mesmo sem citar nominalmente chanceleres anteriores a ele, Araújo disse que se arrisca a dizer que a “diplomacia brasileira estava fora de si mesma”. “O Itamaraty não pode achar que pode ser melhor que o Brasil. Estou certo de fazer o Itamaraty mais fiel a si mesmo e ao Brasil”, relatou.
Correio do Povo