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sexta-feira 22 novembro 2024
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Equipe econômica admite dividir com Estados e municípios receita de repatriação

Mesmo que lei não seja votada para mudar regras, Henrique Meirelles avalia distribuição do dinheiro

Mesmo que lei não seja votada para mudar regras, Henrique Meirelles avalia distribuição do dinheiro | Foto: Marcelo Camargo / Agência Brasil / CP

Foto: Marcelo Camargo / Agência Brasil / CP

A equipe econômica mantém aberta a possibilidade de partilhar com estados e municípios parte da arrecadação obtida com a cobrança de multas no programa de repatriação de recursos não declarados ao Exterior. A avaliação é de que essa repartição pode ser feita sem que seja preciso alterar as regras do programa ou mesmo o prazo final

de adesão, previsto para 31 de outubro.

Depois da decisão do presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), de retirar da pauta o projeto que altera a regularização dos recursos, uma das alternativas é enviar ao Congresso Nacional um projeto de lei ou uma Medida Provisória (MP) com a divisão da multa. A preocupação da equipe econômica é afastar a insegurança em relação ao programa que cresceu com as negociações dos parlamentares para aprovar um novo projeto alterando a forma de tributação do Imposto de Renda (IR), que é cobrado do contribuinte que quer regularizar o dinheiro enviado ilegalmente ao exterior.

“Para fazer a distribuição da multa com prefeitos e governadores, não precisa mudar a lei da repatriação. Ela não tem impacto para o contribuinte”, avaliou uma fonte da área econômica. Faltando poucos dias para o prazo final, o entendimento é de que o melhor agora é deixar a lei do jeito que está e fazer essa divisão da multa em projeto separado.

Com a previsão de arrecadar R$ 50 bilhões com todo o programa, o governo também quer evitar riscos para o cumprimento da meta que depende desse dinheiro. Levando-se em conta a previsão de uma arrecadação, o governo conta com R$ 37,25 bilhões para fechar as contas dentro da meta de déficit de R$ 170,5 bilhões.

Pelas regras atuais, o programa prevê o pagamento de 15% de Imposto de Renda e 15% de multa. Do total da arrecadação com o IR, 49% são divididos com Estados (21,5%), (24,5% municípios), além de 3% para o desenvolvimento das regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste. A multa é 100% destinada à União, mas o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, já acenou que pode começar a dividi-la quando a arrecadação total do programa superar R$ 50 bilhões.

Até agora, a Receita Federal já recebeu declarações de contribuintes que somam uma arrecadação de R$ 11 bilhões. “Se não tivesse essa insegurança sobre o prazo, o valor seria muito maior”, apontou a fonte do governo. Os maiores contribuintes já deram indicações de que estão prontos para fazer a adesão no dia 31.

Para o presidente da Confederação Nacional de Municípios (CFM), Paulo Ziulkoski, é preciso resolver rapidamente a indefinição em torno do programa, porque os prefeitos precisam desse dinheiro. Pelos seus cálculos 95% das prefeituras do país passam por crise grave. Independentemente da decisão sobre a divisão da multa num novo projeto, ele acredita que o governo terá que pagar no futuro metade do valor.

Correio do povo




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