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quinta-feira 21 novembro 2024
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Em retaliação à antecipação de eleições, Maranhão demite secretário-geral

Presidente interino da Câmara confirmou que escolha será na próxima quinta-feira

Waldir Maranhão não aceitou antecipação da eleição exigida por líderes | Foto: Luís Macedo / Câmara dos Deputados / CP
 Foto: Luís Macedo / Câmara dos Deputados / CP

O presidente interino da Câmara dos Deputados, Waldir Maranhão (PP-MA), exonerou nesta sexta-feira o secretário-geral da Mesa Diretora, Silvio Avelino. Maranhão não gostou de ver publicado no Diário da Câmara a decisão dareunião do colégio de líderes que havia antecipado de quinta para terça-feira a eleição do novo presidente da Casa. Maranhão confirmou nesta sexta que a eleição será na próxima quinta-feira.

De acordo com ato de Maranhão publicado hoje no Diário da Câmara, os registros de candidaturas ao cargo poderão ser feitos junto à Secretaria-Geral da Mesa até as 12 horas do próprio dia 14. Maranhão afirmou que cumprirá o Regimento da Câmara, que diz que “se até 30 de novembro do segundo ano de mandato verificar-se qualquer vaga na Mesa, será ela preenchida mediante eleição, dentro de cinco sessões”. “A Presidência já tinha tomado a decisão de fazer a eleição na quinta e assim o será”, disse Maranhão.

Silvio Avelino contou que Maranhão o comunicou nesta manhã e disse que precisava do cargo porque a conjuntura política havia mudado. O cargo de secretário-geral da Mesa é uma função de confiança do presidente da Câmara, é ocupado por um servidor de carreira e um dos postos mais importantes na hierarquia dos funcionários. Avelino foi convidado pelo deputado afastado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) para substituir, no início de 2015, Mozart Vianna, que hoje assessora o presidente em exercício, Michel Temer.

Não foi a primeira vez que Maranhão entrou em atrito com o auxiliar direto. A primeira divergência ocorreu quando Maranhão decidiu, sem ouvir os técnicos, anular a votação do afastamento da presidente Dilma Rousseff. Os dois também discordaram em outras situações, como na questão de instalação e revogação de Comissões Parlamentares de Inquérito (CPIs) na Câmara. “Tem algumas determinações que eu tinha obrigação de alertá-lo. Mas acho que culminou com a publicação da decisão dos líderes”, disse Avelino.

Parlamentares lamentaram a decisão de Maranhão e consideram que o ato foi em retaliação a antecipação das eleições. “O colégio de líderes tem autonomia regimental e todos os procedimentos foram cumpridos. Isso demonstra a necessidade de fazermos novas eleições”, disse o líder da bancada do PSD, Rogério Rosso (DF), um dos cotados para presidir a Casa em substituição a Cunha, que renunciou ontem. Para Rosso, Avelino é um servidor qualificado, que foi demitido por cumprir suas obrigações e seguir o regimento interno.

Funcionário da Casa desde 1974, Avelino foi convidado para integrar a equipe técnica da primeira-secretaria da Câmara, ocupada pelo deputado Beto Mansur (PRB-SP), outro candidato à presidência. “Esse é o último suspiro de autoridade de Maranhão”, afirmou Mansur. A presidência da Câmara ainda não divulgou quem substituirá Avelino.

Correio do Povo




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