Novamente, ao cumprir agenda na Capital, general deixou evento sem atender a imprensa
O presidente em exercício, Hamilton Mourão, reforçou, nesta quinta-feira, que apenas por meio de princípios democráticos é que se resolverão os principais problemas do País. A declaração foi reiterada diversas vezes durante reunião-almoço realizada no Plaza São Rafael Hotel, em Porto Alegre. A postura adotada, em defesa da democracia, foi considerada um recado para o filho do presidente Jair Bolsonaro, vereador Carlos Bolsonaro (PSC-RJ), que afirmou que, pelas vias democráticas, o Brasil não deve ter uma transformação rápida.
A convite da Câmara de Comércio Brasil-Alemanha, Mourão palestrou para um público de cerca de 140 autoridades e empresários, sem a presença da imprensa. O Palácio do Planalto justificou que os jornalistas foram impedidos de acompanhar a evento por falta de espaço no local. Um vídeo vai ser divulgado pelo canal oficial do governo com a integra do encontro.
Por mais de uma hora, o vice-presidente analisou o panorama brasileiro e apresentou as perspectivas do governo para a consolidação de um círculo virtuoso no Brasil, que abrange a estratégia do Palácio do Planalto para a retomada do crescimento econômico com incentivo ao empreendedorismo e geração de novos negócios no Brasil e exterior.
Mourão ainda voltou no tempo de cada uma das guerras e os efeitos delas para os dias de hoje. Comentou que houve um enorme endividamento e uma contratação irresponsável de pessoal durante os governos Lula e Dilma. “Essa herança leva anos para ser ajustada”, afirmou. Para Mourão, a prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva também reflete negativamente no exterior. “É uma vergonha termos um ex presidente preso. A imagem do Brasil deve, em muito, ser recuperada”, emendou.
O general se disse confiante em retomar os índices econômicos a partir da produção agrícola e o contínuo combate à corrupção. Mourão também falou sobre a importância da reindustrialização e da Embraer. Ele ainda enfatizou a importância das reformas da previdência e tributária, além da abertura comercial e das relações econômicas com parceiros estratégicos, como a Alemanha, principalmente dentro do acordo do Mercosul com o mercado europeu. Mourão também mencionou a importância da colonização alemã para o desenvolvimento do Rio Grande do Sul.
Essa é a segunda vez que o general cumpre agenda no Estado sem atender a imprensa. A última vinda de Mourão ao RS ocorreu em 6 de agosto, no auditório da Fiergs. Na ocasião, o general participou do lançamento do livro Como Destruir um País – Uma aventura socialista na Venezuela, do consultor Marcelo Suano, do qual ele assinou o prefácio.