Em meio a clima de tensão, Lula se reúne com Lira e Pacheco para tratar de ‘pautas-bomba’
PEC que aumenta benefícios salariais para servidores do judiciário e vetos presidenciais devem ser debatidos em reunião
Antes de ser submetido à votação pelo plenário do Senado, o texto requer cinco sessões de debate para o primeiro turno e mais três sessões para o segundo turno. A matéria gerou preocupação para o governo e para o Ministério da Fazenda, que estima que o impacto aos cofres públicos é de R$ 42 bilhões por ano.
Segundo a proposta, será instituído um benefício equivalente a 5% do salário, a ser pago a cada cinco anos de serviço público, com um limite máximo de 30%. A justificativa do projeto de lei argumenta que, devido à relevância das carreiras jurídicas, estas demandam uma estruturação sólida, boa remuneração e atratividade. O objetivo é evitar a migração de magistrados do serviço público para o setor privado.
Lula, Pacheco e Lira também vão discutir os vetos presidenciais que devem entrar na próxima sessão do Congresso. Ao todo, 32 vetos aguardam a avaliação dos parlamentares, entre eles, o veto na LOA (Lei Orçamentária Anual), que barrou R$ 5,6 bilhões a mais em emendas parlamentares. O governo já demonstrou disposição para flexibilizar parte desse veto, destinando cerca de R$ 3,6 bilhões para atender às reivindicações do Congresso.
Outros vetos que também estão previstos para entrar na pauta do Congresso incluem o projeto de lei sobre as saídas temporárias dos presídios, vetado pelo presidente Lula, e o veto do governo Bolsonaro que impediu o despacho gratuito de bagagens em viagens aéreas.
A sessão do Congresso está agendada para quarta-feira (24), em um horário posterior ao habitual, isso para facilitar o acordo que está sendo negociado no Congresso. O governo também está coordenando com as lideranças quais vetos têm consenso, a fim de agilizar a votação.
Relação estremecida do governo com o Congresso
O encontro entre o presidente Lula e os chefes do Legislativo ocorre em um momento de tensão entre o Congresso e a articulação do governo nas Casas. Em 11 de abril, Lira e o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, se confrontaram publicamente, trocando farpas, em meio a um crescente acúmulo de desgaste desde o ano anterior.
Lira afirmou que Padilha é um “desafeto pessoal” e o chamou de “incompetente”. Padilha rebateu as críticas e disse iria “descer a esse nível” das acusações do presidente da Câmara.