Presidente disse que não tinha sentido conduzir ex-presidente “sob vara” para prestar depoimento
Foto: Samuel Maciel
Com informações do repórter Paulo Sérgio Dibe
Durante a entrega de novas casas do programa “Minha Casa, Minha Vida” nesta segunda-feira em Caixas do Sul, na Serra, a presidente Dilma Rousseff usou parte do seu discurso para voltar a criticar a condução coercitiva do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ocorrida na última fase da operação Lava Jato.
“Não é possível aceitar que tenhamos pessoas que jamais se recusaram a depor, como é o caso do ex-presidente Lula, diante da obrigação de depor, sendo que nunca se julgou melhor do que ninguém. Justiça seja feita: sempre o presidente Lula aceitou, ao ser convidado para prestar esclarecimentos, ele sempre foi. Não tem o menor sentido conduzi-lo ‘sob vara’ para prestar depoimento se ele jamais se recusou a ir. Como disse um juiz, era necessário saber se ele queria ser protegido porque tem certo tipo de proteção que é muito estranho”, afirmou Dilma.
Dilma também falou sobre o vazamento de uma suposta delação do senador Delcídio do Amaral. “Além disso, no Brasil, nós temos acompanhado vazamentos sistemáticos, que não são verdadeiros, mas jogam a lama nos outros e aí o estrago já ocorreu”, destacou. “Acho que não podemos demonizar pessoas e órgãos de imprensa. Não podemos demonizar opiniões, mas temos de exigir respeito para si e dar o respeito para os outros”, acrescentou a presidente.
Críticas à oposição
A presidente ainda criticou uma parte de oposição pelo aprofundamento da crise política o que, segundo ela, intensifica o período de dificuldades econômicas por que passa o país. “Uma parte desse momento de dificuldades é devida à sistemática crise política que provocam no país aqueles inconformados que perderam as eleições e querem antecipar a eleição (presidencial) de 2018. Um governo tem de querer a unidade dos brasileiros. Um governo governa para todos os brasileiros, não governa para uma parte da população”, disse.
Sem citar nomes, Dilma afirmou que essa parcela da oposição está dividindo o País. “A oposição tem o absoluto direito de divergir, mas não pode ficar sistematicamente dividindo o país. Não pode porque tem certo tipo de luta política que cria um problema sistemático não só para a política, mas também para a economia, para a criação de empregos, para o crescimento das empresas”.
Teimosia com Minha Casa, Minha Vida
A presidente lembrou que o Brasil ainda passa por uma crise, que é aumentada por contendas políticas. “Queria explicar a todos vocês que passamos por dificuldades econômicas e somos obrigados a fazer ajustes. O governo tem de fazer isso e olhar o que quer preservar. Fizemos mudanças para preservar aquilo que consideramos importante, como o Minha Casa, Minha Vida. Continuamos teimando e fazendo o programa, tanto que vamos lançar a terceira fase dele, com a entrega de 1,5 milhão de moradias que vão se somar aos outros 4 milhões que entregamos anteriormente”, salientou.
Em Caxias do Sul, o governo entregou hoje 2.434 casas do programa “Minha Casa, Minha Vida”, que vão beneficiar mais de 9 mil pessoas. “A casa própria é dinheiro de vocês, usado para vocês. O programa é o uso correto dos impostos para o povo que trabalha e se esforça e quer ter a casa própria. O meu governo se esforço para isso”, resumiu Dilma.
Além da cidade gaúcha, outros quatro municípios brasileiros receberam casas do programa: Judiaí, em São Paulo, Maracatu, em Minas Gerais, e Três Lagoas, no Mato Grosso do Sul. O investimento foi de R$ 20,4 milhões e cada unidade custou R$ 64 mil.
Correio do Povo