Finalizadas as eleições para o segundo turno em 15 capitais brasileiras, as urnas consagraram os partidos de centro como os grandes vencedores do pleito em 2024. MDB e PSD foram aqueles que se deram melhor, conquistando, cada um deles, cinco vitórias. Acrescente-se aí também os bons resultados de partidos de centro-direita como as quatro conquistas do União Brasil, mais uma do Republicanos e uma do Avante, e o desenho indica 16 das 26 capitais sob o comando de partidos de centro no país.
Das siglas à direita, a maior vencedora foi o PL, que ficou com quatro capitais, seguido do PP e do Podemos, ambos com duas. À esquerda, restaram uma vitória do PT e uma do PSB.
Mais do que o quadro geral, MDB e PSD mostraram força justamente no segundo turno. Juntas, as duas siglas concorriam em cinco capitais: Porto Alegre, São Paulo, Belém, Belo Horizonte e Curitiba. Venceram todas. O MDB ficou com as três primeiras, respectivamente com Sebastião Melo, Ricardo Nunes e Igor Normando, enquanto o PSD conquistou as outras duas, com Fuad Noman e Eduardo Pimentel.
Por essa mesma lógica, o PL não conseguiu demonstrar força na medida em que o partido esperava. Sim, venceu em Aracaju (Emília Correa) e Cuiabá (Abílio Brunini), mas perdeu nas outras sete disputas em que estava concorrendo, incluindo Belo Horizonte, Curitiba e Fortaleza. Ainda assim, no quadro geral, sai fortalecido com as quatro capitais conquistadas, ainda mais se levado em consideração que vinha de uma eleição em 2020 no qual não havia vencido em nenhuma das 26 capitais.
PSD aumenta presença, MDB mantém cinco capitais
Na comparação, aliás, se o PSD aumentou a presença, passando de duas para cinco, o MDB manteve o comando das cinco prefeituras de capitais que detinha na eleição passada. À direita, o Podemos, que só vencera em 2020 em São Luís, desta vez dobrou a presença, ganhando em Palmas (Eduardo Siqueira) e Porto Velho (Leo Moraes).
O novo desenho da distribuição, no entanto, precisa levar em conta o fato de que alguns partidos foram criados de lá para cá, enquanto outros deixaram de existir, mesmo que a linha de pensamento tenha sido mantida em vários casos. O União Brasil, que agora detém quatro capitais, por exemplo, não existia em 2020. Por outro lado, o Democratas, que comandava quatro, deixou de existir.
Não é, contudo, o caso de partidos que perderam espaço na comparação com 2020, mesmo permanecendo no cenário eleitoral. Neste sentido, o grande derrotado é o PSDB, que comandava quatro capitais, entre as quais São Paulo, e sai agora do pleito de 2024 sem sequer uma.
PDT e PSol ficam sem o comando de nenhuma capital
O PDT é outro, passando de duas para nada agora, casos semelhantes ao PSol e ao Cidadania, que perderam a única capital que tinham – Belém e Macapá, respectivamente. O PSB, por sua vez, mesmo reelegendo João Campos em primeiro turno em Recife, reduziu a presença, já que em 2020 havia vencido também em Maceió.
Na contramão, o PT, apesar de ter perdido três das quatro disputas em que concorria neste segundo turno – Porto Alegre, Natal e Cuiabá –, ao conquistar a prefeitura de Fortaleza com Evandro Leitão, em uma das disputas mais acirradas desse domingo, contra André Fernandes, do PL, voltou a comandar uma capital, algo que não havia acontecido na eleição anterior.
Apenas duas mulheres nas 26 capitais
Os números indicam também uma larga diferença entre homens e mulheres no comando das capitais. No total, serão apenas duas prefeitas: Emília Correa (PL), em Aracaju, e Adriane Lopes (PP), em Campo Grande, sendo que essa concorria com Rose Modesto (União).
Para além das capitais, o retrato é praticamente o mesmo, com o PSD (887) e o MDB (856) ficando com o maior número de cidades em todo o país, seguidos de PP (747), União Brasil (584), PL (516) e Republicanos (433).
Correio do Povo