Educação foi um dos principais temas no encontro promovido pelo Correio do Povo, Rádio Guaíba e Amrigs
Com a campanha chegando a sua reta final, os candidatos elevaram o tom no debate promovido pelo Correio do Povo, Rádio Guaíba e Associação Médica do Rio Grande do Sul (AMRIGS), nesta quarta-feira. Nos blocos de confrontação direta entre os candidatos, com temas livres, o principal alvo foi o ex-governador Eduardo Leite (PSDB).
Investimento em educação e infraestrutura de escolas esteve entre um dos principais temas.
Onyx Lorenzoni (PL) trouxe para o debate uma petição protocolada no Ministério Público Federal (MPF), cerca de uma hora antes do encontro, pelo ex-secretário de Comunicação Institucional e de Audiovisual do governo Bolsonaro, Felipe Pedri, candidato a deputado federal pelos liberais.
A alegação é que a gestão Leite teria utilizado parte dos recursos federais destinados à educação no pagamento de servidores e equilíbrio de déficit previdenciário, configurando “pedaladas fiscais”.
Onyx abordou o tema em diferentes momentos do encontro. Leite, em determinado momento, ressaltou o fato que o proponente é um ente político da coligação do liberal. Sobre o tema, o governo do Estado afirmou que emitirá uma nota.
Outro momento de embate mais intenso foi entre Vieira da Cunha (PDT), que foi secretário de Educação do governo José Ivo Sartori (MDB) em 2015. O pedetista criticou escolas fechadas por problemas de infraestrutura e cortes referentes à previdência de servidores da educação promovidos na gestão Leite.
Eduardo Leite afirmou que no governo anterior o Estado não estava pagando em dia os professores. “Nós organizamos as contas e pagamos 10% acima do piso nacional”, disse o ex-governador.
Vieira chamou Leite de “oportunista” pois, em sua visão, faz críticas ou elogios à gestão Sartori “quando convém” e reforçou seu compromisso com a educação de tempo integral e com a realização de concursos públicos para docentes.
A reposição salarial dos professores esteve na pauta de Edegar Pretto. Ele chamou de “abandono” o que o atual governo faz com escolas estaduais e comparou o que considera descaso com as instituições de ensino no RS com o tratamento do governo federal com as universidades públicas.
Ricardo Jobim (Novo) garantiu que pretende privatizar o Banrisul e utilizar recursos na educação, com reformas em escolas e aumento de vagas de educação em turno integral.
Quem também elencou a educação como fundamental para o desenvolvimento do Estado foi Roberto Argenta (PSC). O candidato defende o fomento às escolas técnicas para a preparação de jovens para o mercado de trabalho.
Estiagem e demais temas
Luis Carlos Heinze (PP) também focou críticas em Leite, mas em outra área, a agricultura. O progressista disse que o Estado perdeu a oportunidade de construir barragens com recursos oriundos do governo federal, tendo que devolver valores à União por “incompetência” da atual gestão.
O ex-governador rebateu lembrando que a pasta destinada à agricultura estava sob o comando de integrantes do PP, partido de Heinze e que fez parte da base do governo. O senador rebateu dizendo não importar quem comanda a pasta, mas sim quem é o gestor do Estado.
Outros temas como privatizações de empresas públicas, negociação de reposição das perdas provocadas pela diminuição do ICMS sobre combustíveis, segurança pública e políticas de combate à violência contra mulheres também estiveram na pauta.
Neste último tema, Edegar Pretto (PT) e Onyx Lorenzoni (PL) fizeram um embate particular, elevando o tema a nível nacional, comparando políticas e índices das gestões do ex-presidente Lula e do presidente Bolsonaro, ambos candidatos ao Planalto, provocando manifestações do público.
Pretto afirmou que não há propostas na área no programa de Onyx para o tema, enquanto o liberal elencou medidas como programas assistenciais e repasse de propriedade de terras para mulheres, prometendo replicar medidas da ex-ministra Damares Alves no RS.