O episódio envolvendo o debate entre os candidatos à prefeitura de São Paulo, no qual José Luiz Datena (PSDB) cedeu às provocações e deu uma cadeirada em Pablo Marçal (PRTB), ao vivo, na TV Cultura, imediatamente deflagrou a entrada em campo das torcidas e do tribunal que atua ininterruptamente nas redes sociais.O caso, como esperado, levou a web à loucura. Se transformou em memes e impulsionou menções a ambos na Internet, especialmente de Marçal, que transita há tempo e com desenvoltura nas redes sociais.
Os reflexos práticos da cadeirada no cenário eleitoral em São Paulo ainda são uma incógnita e passarão a ser captados, de forma mais concreta, a partir da divulgação das próximas pesquisas de intenções de voto.
Apesar da explosão no engajamento de publicações envolvendo Marçal e Datena, no entanto, é pouco provável que os desdobramentos se revertam em votos a favor de um ou de outro. A investida de Datena, que virou piada e foi majoritariamente tratada como engraçada, poderia ter sido uma tragédia.
Felizmente, segundo o boletim médico do Sírio-Libanês, onde Marçal foi atendido e passou a noite em observação, apontou “traumatismo na região do tórax à direita e em punho direito, sem maiores complicações associadas”.
Marçal, por óbvio, não perdeu a chance de explorar o episódio e chegou ao absurdo de compará-lo com o atentado contra Donald Trump, que foi baleado na orelha recentemente, e com a facada que vitimou Jair Bolsonaro, em 2018.
Críticos do polêmico ex-coach, que vem se esforçado para tirar seus adversários do sério e que encontrou em Datena uma maior vulnerabilidade, fizeram relação da cadeirada com a bolinha de papel que atingiu José Serra em 2010. Na época, o tucano tentou explorar o caso e virou chacota.
Maior colégio eleitoral do país e com um dos maiores orçamentos, São Paulo se transformou em palco de uma disputa baixa, esquizofrênica e apolítica, sem propostas para a cidade e na qual o principal derrotado é o eleitor.
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Fim do prazo para substituições
Nesta segunda-feira foram encerrados prazos importantes do calendário eleitoral. Entre eles, o da possibilidade de substituição de candidatos majoritários e proporcionais. À exceção se aplica a casos de falecimento. Até o fechamento desta edição, Datena, conhecido por desistências em eleições, seguia na disputa em São Paulo. Desde 2016, o agora tucano já recuou de quatro candidaturas. Em cada uma delas estava em partidos diferentes.
Estadão