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sábado 23 novembro 2024
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Dono da construtora Delta afirma que pagou propina a Sérgio Cabral

                Fernando Cavendish relatou encontrou em que foi acertado 5% de contribuição

Ex-governador do Rio teria exigido 5% em obras do Maracanã | Foto: José Lucena / Folhapress / CP Memória

Foto: José Lucena / Folhapress / CP Memória

Ex-governador do Rio teria exigido 5% em obras do Maracanã |

O empresário Fernando Cavendish, dono da construtora Delta, disse que pagou propina de 5% ao ex-governador do Rio, Sérgio Cabral, para que a empresa pudesse participar do consórcio da obra de reforma do Maracanã. Cavendish que foi ouvido nesta segunda-feira, durante mais de uma hora, na 7ª Vara Federal Criminal do Rio, pelo juiz Marcelo Bretas, chegou a ser preso na Operação Saqueador, deflagrada em junho de 2016, pela Polícia Federal e pelo Ministério Público Federal no Rio de Janeiro para rastrear o esquema de desvio de verbas públicas e lavagem de dinheiro, no valor de R$ 370 milhões.

O empresário contou que o pagamento da propina era feito em dinheiro entregue a Carlos Miranda, ex-assessor de Cabral. “Eu orientei uma pessoa de minha confiança, uma funcionária chamada Claúdia, informei a ela que o senhor Carlos Miranda iria procurá-la e eu ia informar a ela o valor que ela teria que pagar”, revelou.

Ainda no depoimento, Bretas questionou se o empresário fez o pagamento como contribuição para a campanha de eleição de Cabral. “No meu caso não foi para campanha. No meu caso foi para a obra do Maracanã”, relatou.

Contradição

A informação do empresário contradiz o que o ex-governador declarou à Justiça Federal. Também em depoimento, Cabral admitiu doações legais, a existência de caixa 2 na sua campanha e negou que tenha recebido propina. O juiz apresentou este argumento ao empresário que contestou. “Até porque 2011 não era ano de campanha”.

De acordo com Cavendish, Cabral era uma pessoa da sua grande proximidade até muito antes de ser governador. Depois, quando ele estava no cargo, se encontraram para ver a possibilidade da empresa participar do consórcio. “Nesse momento o então governador entendeu o meu pedido. Disse claramente que tinha um acerto com a Norberto Odebrecht no pagamento de 5% de propina desse projeto e que aceitava a minha consideração. Ele ia falar e depois me daria um retorno, mas que seria necessário que eu também, naturalmente, acompanhasse esse acerto, esse entendimento de 5% de propina dos valores recebidos da obra que iria acontecer”, informou, acrescentando, que concordou.

Correio do Povo




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