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sábado 27 abril 2024
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Dólar tem forte alta de 1,43% e fecha a R$ 3,60 após quase dois anos

Um dos motivos é a expectativa em relação à pesquisa de intenção de votos sobre eleição presidencial

Dólar tem forte alta de 1,43% e fecha a R$ 3,60 após quase dois anos | Foto: Mohammed Huwais / AFP / CP

Dólar tem forte alta de 1,43% e fecha a R$ 3,60 após quase dois anos | Foto: Mohammed Huwais / AFP / CP

A cautela deu o tom do pregão desta sexta-feira, em que o dólar à vista fechou acima de R$ 3,60 pela primeira vez em quase dois anos. Um dos motivos é a expectativa em relação à pesquisa de intenção de voto da CNT/MDA sobre a eleição presidencial, prevista para segunda-feira.

Havia especulações de que este levantamento deverá mostrar migração de intenções de votos do ex-ministro do STF Joaquim Barbosa (PSB), que desistiu de concorrer, para o pré-candidato pelo PDT, Ciro Gomes, que é visto como desalinhado com as propostas do mercado. Assim, a moeda americana renovou as máximas na reta final do pregão, chegando a bater os R$ 3,61. Na semana, acumulou alta de 2,14%,

“Os mercados esperam por um candidato/chapa com viés reformista despontando nas pesquisas, o que não aconteceu até o momento”, escreveu a Advanced Corretora em relatório.

A poucos meses das eleições presidenciais de outubro, o quadro ainda é bastante incerto. Os mercados financeiros temem que um candidato que eles considerem menos comprometido com o ajuste fiscal possa despontar. Na próxima segunda-feira, está prevista a divulgação da pesquisa CNT/MDA, cuja coleta dos dados ocorre entre 9 e 13 desse mês e que já deve captar para onde estão indo esses eleitores que pretendiam votar em Barbosa (PSB).

Em pesquisa Datafolha realizada no mês passado, Barbosa chegava a ter 10% das intenções de voto em seu melhor cenário. Tanto analistas como políticos viam grande potencial na sua candidatura. Há avaliações de que o PSB possa se coligar a um partido de mais de esquerda, como o PDT do pré-candidato Ciro Gomes. O final de semana à frente também contribuiu para a cautela do investidor doméstico, comentaram os profissionais.

No mercado externo, o dólar operava em baixa ante uma cesta de moedas, mas caminhava para a quarta semana seguida de valorização, sequência mais longa desde o quarto trimestre de 2016, com os mercados cada vez mais otimistas quanto às perspectivas para a moeda norte-americana nas próximas semanas.

Ante divisas de países emergentes, o dólar operava misto, em queda ante o peso chileno e alta ante o peso mexicano. “Existe uma trajetória clara de valorização do dólar no mundo. A alta do petróleo sugere inflação e aperto monetário (nos Estados Unidos)”, afirmou o superintendente da Correparti Corretora, Ricardo Gomes da Silva.

Nas últimas semanas, os mercados globais reagiram diante da percepção de que os juros poderiam subir mais intensamente nos Estados Unidos neste ano em meio ao cenário de inflação e atividade mais fortes. Juros elevados no país têm potencial para atrair recursos aplicados hoje em praças financeiras consideradas de maior risco, como a brasileira.

O Banco Central brasileiro vendeu, pela sétima sessão, a oferta integral de até 8.900 contratos em swaps cambiais tradicionais, equivalentes à venda futura de dólares, rolando US$ 3,115 bilhões do total de US$ 5,650 bilhões que vence em junho.

Se mantiver e vender esse volume diário até o final do mês, o BC terá rolado integralmente os contratos que vencem no mês que vem e colocado o equivalente a US$ 2,8 bilhões adicionais.




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