Alta da moeda norte-americana ante o real reflete cautela com segunda onda de Covid-19 pelo mundo
A cotação comercial do dólar subiu 1,42% ante o real nesta quarta-feira, fazendo a moeda norte-americana terminar o dia negociada a R$ 5,7633. Trata-se do maior patamar de fechamento desde 15 de maio (R$ 5,8392).
Pela manhã, na máxima da sessão, a moeda norte-americana era negociada a R$ 5,793, o maior valor desde 18 de maio, data em que chegou a superar a marca de R$ 5,80. Na tentativa de conter o avanço do dólar, o Banco Central (BC) vendeu mais de US$ 1 bilhão em moeda à vista.
A sessão desta quarta-feira refletiu uma onda de cautela nos mercados internacionais em meio a uma segunda onda da Covid-19 na Europa. O dólar subiu cerca de 0,3% contra uma cesta de moedas fortes, enquanto todos os principais pares do real operaram em queda.
A disparada do dólar resultou da busca por segurança dos investidores em meio à forte disseminação da Covid-19 em grandes economias e à aproximação da eleição presidencial norte-americana.
Por aqui, o foco dos investidores brasileiros segue na reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, que vai ser concluída ainda nesta quarta-feira. A expectativa é de que o Copom mantenha a taxa Selic na mínima histórica de 2%.
O patamar extremamente baixo da taxa básica de juros é apontado como um dos principais fatores para a desvalorização do real em 2020, uma vez que afeta a rentabilidade de ativos locais atrelados à Selic. Um cenário fiscal e econômico incerto aprofunda ainda mais a preocupação doméstica.
